A reluzente Mercedes-Benz C-280 parada em frente a um ferro-velho, na Rua Arnaldo Ferreira Veloso, Cidade Industrial, escondia mais um caso de latrocínio em Curitiba. No banco do passageiro estava o proprietário, o arquiteto Samuel Hiramitsu Okino, 51 anos, executado com um tiro na nuca. A vítima, baleada durante a madrugada, foi encontrada às 7h30 de ontem. Os autores do crime ainda não foram identificados pela polícia.
Separado e pai de dois filhos, Samuel participou de uma reunião de trabalho até as 22h de segunda-feira, na Rua Emílio de Menezes, Bom Retiro. Saiu sozinho com sua Mercedes placa LWR-3629, de Curitiba – que era dele mas estava registrada em nome de um amigo – e desde então não foi mais visto. Segundo informações do sócio, Samuel deveria passar na casa dele, pegar alguns documentos e retornar para o escritório.
De acordo com o soldado Maestrelli, do 13.º Batalhão da PM, moradores das redondezas da Rua Arnaldo Ferreira Veloso -marginal do Contorno Sul – escutaram um tiro às 2h30 de ontem. Foi o provável horário da morte de Samuel.
Funcionários do ferro-velho encontraram o corpo de manhã e acionaram a polícia. Para a Delegacia de Homicídios, pelo menos dois homens mataram o arquiteto, que estava preso pelo cinto de segurança. “Um dirigia a Mercedes e outro atirou na vítima do banco de trás”, acredita o superintendente Paulo Roberto Knupp, da DH. O tiro fatal foi disparado de curta distância, segundo a Polícia Científica.
Roubo
Dentro do carro havia uma pasta revirada e com uma cueca no interior, uma capa de telefone celular e um talão de cheques do Banco de Boston em nome de Samuel. A frente do toca-CDs do veículo e o telefone celular da vítima não foram encontrados. “A intenção dos autores era o roubo, mas algo não deu certo e resolveram executar a vítima”, acredita o superintendente, que não cogita outra hipótese que não a de um assalto. Por isso o caso será encaminhado à Delegacia de Furtos e Roubos.
O superintendente conversou com familiares da vítima na tarde de ontem, mas nenhuma informação relevante foi dada pelos parentes. Foi solicitada à família que confira extratos bancários do arquiteto para saber se alguma quantia em dinheiro foi sacada de contas bancárias.