O alfaiate Raimundo da Costa Filho, 64 anos, apresentou-se na quinta-feira pela manhã na Delegacia de Homicídios, e confessou ser o autor do duplo assassinato que vitimou uma mulher -que segundo ele se chama Sônia -, e o vendedor ambulante Genivaldo Severino da Silva, 39.

Raimundo disse que naquela noite ficou espantado quando viu a sua namorada, com quem se relacionava há dois anos, entrar no quarto ao lado do seu, em um hotel na Rua Paula Gomes, no bairro São Francisco. “Eu soube depois que já era a terceira vez que ela ia lá. A Sônia era uma boa pessoa, mas os dois se aproveitavam dela quando bebia. Ela se deitava com o Genivaldo e o Amaro”, salientou Raimundo.

Tiros

Ele disse que na noite de segunda-feira foi ver o que estava acontecendo, pois gostava muito da mulher, com quem pretendia levar uma vida a dois. “Bati na porta para ver o que estava acontecendo e o Genivaldo veio para cima de mim com um pedaço de pau, me ameaçando. Voltei para o meu quarto, peguei a arma e atirei. Ele correu. Fiquei só eu e a Sônia. Perdi a cabeça e atirei nela também. Depois fugi. Joguei a arma em um monte de lixo na esquina da Rua Paula Gomes com a Barão do Cerro Azul”, contou.

O alfaiate disse que já possuía o revólver, calibre 38, há 13 anos, mas nunca precisou usá-lo. “Na verdade atirei porque eram dois contra um, bem mais novos do que eu e a Sônia ainda ficou do lado deles. Fiquei muito triste porque eu fazia de tudo por esta mulher”, lamentou.

Bebidas

Ele desmentiu que a mulher era garota de programa. “Ela só fazia essas artes quando bebia”, defendeu. “Esses rapazes é que são pilantras. Vieram do Recife há um mês e pouco. Eles não podiam fazer isto comigo. Eu dava café, comida para os dois. Ela também não precisava me trair no quarto ao lado”, acrescentou.

O superintendente Neimir Cristovão, da Delegacia de Homicídios, informou que Raimundo é alfaiate há mais de 40 anos. Por este motivo foi ouvido e irá responder o inquérito, que será remetido para o 3.º Distrito Policial (Mercês), em liberdade.

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