Meio Ambiente surpreende embaladores do produto. |
Aproximadamente cinco mil vidros de palmito foram apreendidos em uma residência situada na Rua Olívio Carnascialli, bairro Cajuru, por policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Seis pessoas foram presas, dentre elas, o responsável pelo local, Orivam Monteiro, 40 anos. Além da carga de palmitos, foram apreendidos material de escritório, pastas e um computador da empresa que deverá ser periciado. Espera-se encontrar dados sobre o funcionamento irregular da empresa, inclusive com nome de compradores e fornecedores.
De acordo com o delegado Wilciomar Voltaire Garcia, a casa servia como depósito para cargas de vidros de palmito vindas do interior e litoral do Paraná, e também de outros estados. No local, os funcionários da empresa clandestina “esquentavam” o produto: colocavam rótulos e etiquetas falsas contendo informações – data de fabricação e validade – nas tampas e vidros, conforme exige a legislação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Também emitiam notas fiscais falsas para comercializar o produto”, informou o delegado. Para a impressão de dados nos recipientes, os falsários utilizavam uma máquina de litografia.
Qualidade
A casa não possuía mínimas condições de higiene para a manipulação de produtos alimentícios. Os vidros de palmito estavam estocados em quartos fechados e sem ventilação, o que compromete a qualidade do produto. Além disso, o material vinha dos fornecedores encaixotado. Também foram encontrados vidros na área de serviço da casa, juntamente com pacotes de lixo. O pior para o consumidor é que, de acordo com o delegado Garcia, os palmitos eram vendidos para restaurantes, lanchonetes, supermercados e grandes confeitarias.
Investigação
A polícia ainda não checou se as empresas cujos nomes constam nos rótulos realmente existem. “O detido disse que reproduzia esse material e rotulava os vidros. Ainda vamos fazer essa verificação”, contou o delegado.
A fábrica irregular foi “estourada” pela polícia após uma série de investigações e que culminou com a entrega de um carregamento de palmito naquela residência, na noite de quinta-feira. A carga veio de Registro (SP). O delegado acredita que a “fábrica” estava funcionando naquele local há pelo menos cinco meses. Há dois meses, a Delegacia do Meio Ambiente já havia “estourado” outro local de comércio irregular de palmitos, em Colombo.
Todo o produto apreendido no bairro Cajuru vai ser remetido para análises no Instituto de Criminalística e posteriormente será incinerado.