Curitiba e Região Metropolitana estão há mais de 24 horas sem registros de mortes violentas. Tudo isso acontece depois de um final de semana com 34 corpos recolhidos pelo Instituto Médico-Legal (IML), com maior concentração na sexta-feira (8) e no sábado (9). Desde a manhã de domingo (10), nenhum corpo retirado de locais de morte ou acidente de trânsito, deu entrada no IML da capital.
Segundo o delegado Miguel Stadler, titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sem os registros de mortes no domingo e na segunda, os policiais trabalham para solucionar os crimes já registrados ainda neste final de semana. “A DHPP tem investigações avançadas, em alguns casos até com informações sobre autoria definidas”, disse.
Em Curitiba, por exemplo, os policiais da DHPP mobilizam os trabalhos de investigação. “Quando não acontecem crimes, nossos policiais trabalham ainda mais, porque mudamos o foco do trabalho e aprofundamos mais na investigação”.
De acordo com o delegado, o não-registro de mortes ajudar a manter ou diminuir o índice levantado pela Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp-PR), mas os números ainda preocupam. “Mesmo há 24 horas sem registros, os números em si preocupam, pois precisamos fazer com que diminuam sempre”, explicou Stadler.
Nos dois primeiros meses do ano, segundo o delegado, Curitiba manteve a média do ano passado, com cerca de 40 casos em cada mês. Já março teve registro de aumento e abril mantem a média nos registros, mas a DHPP não divulga os números exatos. A previsão da Sesp-PR é divulgar, até o começo de maio, o balanço fechado das mortes que aconteceram no primeiro trimestre do ano.
Na tentativa de diminuir os registros de mortes violentas, a DHPP tem participado de operações feitas pela Polícia Militar, mais especificamente na região sul de Curitiba, que abrange 17 bairros, do Portão ao Caximba. “Essa é uma região que, no ano passado, foi uma das áreas que mais reduziu o número de mortes e neste ano tivemos aumento. A nossa intenção, além de descobrir a autoria dos crimes, é identificar a motivação, tanto da diminuição e depois do aumento”, explicou o delegado.
As operações conjuntas entre a Polícia Civil e a Polícia Militar permitem a troca de informações, inclusive com o setor de inteligência das duas polícias, para descobrir detalhes sobre os crimes. Denúncias também são aceitas pelas polícias, que precisam da ajuda da população para solucionar parte dos crimes. O telefone da DHPP é o 0800-6431-121.
Balanço
Neste final de semana, da meia-noite de sexta até o final da noite de domingo, foram recolhidos 34 corpos pelo IML. Dos corpos, 15 foram em via pública ou residência (com ferimentos por arma de fogo ou arma branca), 3 morreram em acidentes de trânsito e outros 3 são mortes à esclarecer. Dos hospitais, foram recolhidos 9 corpos e um registro de suicídio foi feito pelo IML.
