A gangue da dinamite que agiu em Adrianópolis, na madrugada de anteontem, nem esperou a poeira baixar para agir de novo. Cerca de 24 horas depois, os bandidos atacaram uma agência do Itaú em Bocaiuva do Sul, 92 quilômetros de Adrianópolis. Desta vez, pelo menos, eles agiram mais silenciosamente. Não atiraram contra a polícia, nem fizeram reféns. Pela maneira de agir, existe a forte possibilidade que seja a mesma quadrilha.
O bando agiu por volta das 4h de ontem, quase o mesmo horário que na outra cidade. Eles também estavam entre oito e 10 bandidos e usavam armas longas. Enquanto uma parte dos marginais ficou do lado de fora, monitorando o movimento, outra arrombou a porta de vidro da agência, na Rua Benjamin Constante Teixeira, centro da cidade. Segundo o tenente Maier, comandante da 4.ª Companhia do 22.ª Batalhão da PM, os bandidos explodiram o terminal eletrônico, mas como colocaram os explosivos de maneira errada, o impacto não abriu o cofre.
A Polícia Militar foi acionada pelo alarme, assim que a porta de vidro da agência foi estourada. Pelas câmeras de segurança, a central de monitoramento do banco viu que se tratava de gangue da dinamite. O Vectra usado pela quadrilha foi encontrado totalmente queimado, na estrada rural que liga Bocaiuva a Tunas do Paraná e dá acesso a outros municípios, como Colombo e Rio Branco do Sul. Pela placa do veículo, da cidade de Itaquaquecetuba (SP), a PM não localizou alerta de furto ou roubo. Mas perícia vai determinar se a placa era clonada.
Investigação
O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) investiga os dois ataques que, segundo o delegado Luiz Alberto Cartaxo de Moura, podem ter sido cometidos pela mesma quadrilha. O de Bocaiuva do Sul é investigado em conjunto com a delegacia local. Há cerca de 30 dias, a agência do Banco do Brasil da cidade foi atacada, mas como as notas saíram manchadas de tinta, o bando desistiu de recolher o dinheiro e fugiu sem levar nada.