Caso dos dólares

Aperta o cerco contra Eduardo Requião

O ex-superintendente dos Portos de Antonina e Paranaguá e ex-secretário do Governo do Paraná em Brasília, Eduardo Requião de Mello e Silva (irmão do ex-governador Roberto Requião) passou de vítima a investigado e deverá, nos próximos dias, apresentar à Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público, documentos que comprovem a origem dos dólares que mantinha em casa, no fundo falso de um guarda-roupa.

Eduardo informou à polícia que guardava dólares em casa, ao registrar queixa, acusando a ex-doméstica de ter furtado 180 mil dólares do esconderijo. Sob número 64/2010, foi instaurado pela promotoria um procedimento investigatório para apurar a “eventual irregularidade na origem de moeda estrangeira”, com base os autos da ação penal 2009.19751-2, em trâmite na 5.ª Vara Criminal, que se referem ao furto praticado pela doméstica.

Prazos

A promotoria determinou, entre outras coisas, o prazo de 90 dias (se necessário com prorrogação por igual período) para encerrar das investigações. Também encaminhou cópia da portaria para a Receita Federal e Delegacia de Polícia Federal, pedindo verificação se os dólares foram informados na declaração de imposto de renda do investigado (isso em, no máximo, 30 dias).

Também em 30 dias, o Tribunal de Contas deve apurar a evolução patrimonial de Eduardo Requião, “a fim de verificar eventual incompatibilidade com os recursos e disponibilidades que compõem seu patrimônio”.

Cópias dos atos de nomeação, posse, exercício, declaração de bens e exoneração das funções públicas de Eduardo, foram requeridos à Casa Civil e à Administração dos Portos de Antonina e Paranaguá, que devem providenciá-las em cinco dias.

Negativas

Por duas vezes, durante o processo que apurava o furto, a promotora e a juíza que trabalhavam no caso pediram que Eduardo Requião entregasse os documentos que comprovassem a compra legal dos dólares. Mas, ele ignorou as ordens.

O furto do dinheiro aconteceu nos primeiros meses de 2009 e, conforme Eduardo declarou à polícia, período em que ele e a família estiveram fora de casa. A doméstica, que trabalhava há quatro anos no apartamento, aproveitou para vasculhar o quarto do ex-patrão e encontrou uma mala de dinheiro, escondida no guarda-roupa.

Com os dólares furtados, ela comprou dois apartamentos, duas casas (uma no litoral), veículos e ainda presenteou a família toda com telefones celulares. Foi na festa de casamento de uma parente da doméstica, que outra funcionária de Eduardo ficou sabendo do rápido enriquecimento da mulher e comunicou os patrões.

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