Autor confesso da morte de um adolescente de 17 anos, o taxista Rosaldo de Oliveira Silva, 22, apresentou-se ontem à delegacia de Pinhais. Ele alegou legítima defesa e foi liberado, mas a polícia ainda não deu a história por encerrada.
Rosaldo afirmou no interrogatório que apanhou o menor Osmar Martins de Miranda na saída de um bailão, domingo de madrugada, para uma corrida até o Conjunto Renato Bonilauri, em Pinhais. Um pouco adiante do endereço indicado, Osmar teria sacado uma arma da cintura e, sem dizer nada, atirado no braço direito do motorista. Este reagiu com seis tiros e, três deles, atingiram o adolescente. O taxista abandonou o corpo e deixou o local com seu carro. Osmar ainda foi socorrido, mas morreu domingo à tarde, no Hospital Evangélico.
O delegado titular de Pinhais, Gérson Machado, vê alguns pontos nebulosos nesta versão. “Ele diz que a vítima estava a seu lado, no banco dianteiro do táxi. Mas para acertar a barriga e a perna do menor, teria que agarrá-lo com a mão direita e atirar com a esquerda”, deduz Machado. Além disso, o estofamento do táxi teria sido perfurado, o que não ocorreu.
O delegado solicitou à Polícia Científica um exame de parafina na mão de Osmar, para saber se ele realmente atirou. “Parentes da vítima deven comparecer à delegacia para esclarecer a história”, disse Machado.