O suspeito de ser autor do disparo que matou o técnico em informática Carlos Alexandre Teixeira, de 19 anos – assassinado na noite de segunda-feira em frente a uma escola durante tiroteio – se apresentou ontem na delegacia de São José dos Pinhais, acompanhado de advogado. Emanoel Rodrigo Cordeiro, também de 19 anos, disse que é inocente, afirmando ter sido vítima de um seqüestro-relâmpago.
Emanoel foi ouvido e liberado, mas continua sendo investigado como principal suspeito do crime. A versão do rapaz não bate com informações apuradas pelos investigadores. A polícia já tem a identificação de um outro suspeito de participar do tiroteio, que está sendo procurado.
Gangues
De acordo com o superintendente da delegacia, Éverson Haisi, a situação que resultou na morte de Carlos Alexandre e no ferimento a bala de uma estudante de 16 anos foi conseqüência de rivalidade entre duas gangues de jovens. Os dois bandos disputam poder na região do bairro Afonso Pena, em São José dos Pinhais, e costumam se confrontar em frente à Escola Lindaura Ribeiro Lucas, onde estudam alguns integrantes das gangues.
Resta também apurar se o episódio foi um tiroteio entre as duas gangues ou se apenas alguns integrantes de uma delas, que ocupavam o Monza azul-marinho do suspeito Emanoel Cordeiro, dispararam vários tiros para atingir alguém em especial.
Motivos
De acordo com Éverson Haisi, ainda existe a suspeita de que Carlos Alexandre tenha sido atingido propositalmente e não por uma bala perdida. “Sabemos que a namorada da vítima, que estudava naquela escola, já havia sido namorada de um integrante de uma das gangues”, informou o superintendente.
Haisi disse também que, com as investigações policiais, a história contada pelo suspeito Emanoel Cordeiro cairá por terra. “Nós vamos provar que ele está mentindo”, comentou.
Seqüestro
Emanoel, que trabalha com o pai em uma funilaria e mora no Jardim Ipê, em São José, contou à polícia que pouco antes do tiroteio na escola havia sido seqüestrado por um homem encapuzado. O bandido teria apontado uma arma para Emanoel, que estava em seu Monza, e ocupado o banco dianteiro do carro. Em seguida, ainda de acordo com o relato dele, outros três encapuzados entraram no carro e ficaram no banco traseiro. “Com isso, Emanoel disse não ter visto quem eram esses homens. Segundo a versão dele, foram os encapuzados que atiraram em Carlos Alexandre na frente da escola”, relatou o superintendente.
Emanoel foi localizado pela polícia por causa do carro, um Monza escuro com adesivos japoneses, visto por diversas testemunhas no local do crime. O veículo foi localizado na terça-feira por investigadores, na residência do rapaz.
Tiro
Carlos Alexandre foi morto quando esperava a namorada sair da escola, às 22h15 de segunda-feira. Como fazia costumeiramente, o rapaz aguardava na rua a saída da garota e do irmão dela, para levá-los em casa. Ao ouvir os primeiros disparos, Carlos, que estava sentado no meio-fio, correu para seu carro e chegou a arrancar para fugir do local, mas foi atingido por um tiro no peito e morreu na hora.