Aparece a delegada acusada de extorsão

A delegada Margareth Motta, adjunta da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, se apresentou ontem à tarde na Corregedoria da Polícia Civil. Ela estava foragida desde que sua prisão preventiva foi decretada, há quase um mês, pela acusação de envolvimento com uma quadrilha de roubos de cargas que atuava na região de Rio Negro. Provavelmente, ela irá ficar recolhida na Delegacia da Mulher, porque o xadrez especial para policiais existente na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos só tem lugar para homens.

Também ontem correram rumores de que a policial teria se apresentado aos superiores na segunda-feira e até assinado o livro ponto em seu local de trabalho, pois seria necessário que reaparecesse para não ser acusada de abandono de cargo e com isso, correr o risco de perder o cargo de delegada. Procurado pela reportagem para confirmar a apresentação de Margareth, o delegado-geral da Polícia Civil, Leonyl Ribeiro, não se manifestou sobre o assunto, assegurando que a Corregedoria é que estaria acompanhando o caso. O corregedor- geral, Adaulto Abreu de Oliveira, não foi encontrado e na Corregedoria ninguém sabia confirmar a informação.

Processo

O investigador Helcio Piasseta, que exercia a função de superintendente da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, e também está sendo acusado de envolvimento com a quadrilha, teve negado seu pedido de habeas corpus, no fim de semana que passou. De acordo com o desembargador Darcy Nasser, relator do ato, não há evidências da existência de elementos que autorizem a concessão da liminar e a cassação do decreto de prisão preventiva.

O policial, que foi preso juntamente com o delegado titular da mesma especializada, Armando Marques Garcia, diz estar sofrendo constrangimento ilegal e que a decisão da Justiça é abusiva e sem fundamentos. Segundo ele é desnecessária a custódia em crime afiançável, além de se tratar de um caso onde o acusado é primário, funcionário público há 9 anos e com intenção de comparecer a todos os atos do processo. O delegado também tentou obter habeas corpus através de seus defensores, mas não conseguiu.

Quadrilha

A quadrilha acusada de roubo de cargas e do assassinato de um vereador em Campo do Tenente – que seria comandada por Mário do Amaral Fogassa – foi denunciada pelo Ministério Público que requereu as prisões de 21 suspeitos, entre eles o próprio Fogassa – que continua foragido – e os policiais civis, além de um oficial da Polícia Militar. As investigações levantaram suspeitas até contra o delegado-geral, Leonyl Ribeiro e o próprio secretário da Segurança Pública, José Tavares, além de citar o provável envolvimento de um deputado estadual. Tavares e Ribeiro negaram terminantemente qualquer envolvimento com Fogassa.

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