Um "surto" de clonagem de cartões de débito está acontecendo em Curitiba. Somente na tarde de ontem, 18 pessoas compareceram na Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas para registrar queixa de clonagem. As vítimas, na maioria, são clientes do banco HSBC, mas há também correntistas da Caixa Econômica e do Itaú. Os saques realizados pelos estelionatários oscilaram no valor, entre R$ 500,00 e R$ 1.000,00 por operação.
Durante o tempo de permanência da equipe de reportagem da Tribuna na delegacia especializada, oito boletins de ocorrência foram feitos pelos plantonistas, todos sobre clonagem de cartões. Numa rápida conversa e conferência de dados entre as vítimas foi possível constatar que a maioria dos lesados é morador nos bairros Cristo Rei e Capão da Imbuia e utilizaram os cartões de débito em estabelecimentos comerciais daquela região. Essa coincidência deve ser levada em conta pela polícia durante as investigações.
Os saques feitos pelos estelionatários tiveram início a partir do dia 5 de março, dia de pagamento de muitas pessoas. Os golpistas sabiam que a partir desse dia haveria dinheiro nas contas correntes.
Prejuízo
Algumas vítimas relataram que sofreram retiradas consecutivas de dinheiro de suas contas. Um cliente do HSBC revelou que teve R$ 6 mil de prejuízo. "Fizeram oito saques", afirmou. A maioria das vítimas entrevistadas contou que foi comunicada pelos gerentes de suas respectivas agências bancárias sobre as estranhas retiradas de dinheiro. Assim que era constatada a irregularidade na movimentação, o cartão de débito era bloqueado. Outros porém só descobriram que haviam sido lesados ao conferir o extrato bancário.
Os golpistas não realizavam saques diretos para desfrutar do dinheiro. Eles fizeram compras utilizando o cartão de débito para pagá-las. Os valores da compra variavam. Contanto que as compras não ultrapassem o limite de crédito do correntista, não há limite estipulado para que compras sejam feitas com cartões de débito.
Algumas das compras realizadas pelos estelionatários foram rastreadas, a pedido dos clientes lesados, e comprovou-se que foram executadas em outros estados, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro. Os extratos bancários dos clientes a que a reportagem teve acesso, indicavam compras realizadas em Niterói e Macaé, no Estado do Rio de Janeiro.
A grande preocupação das vítimas é quanto ao ressarcimento dos prejuízos.