A indignação pela morte do agente penitenciário Francisco Gonçalves, o Chiquinho, em Londrina, dois anos atrás, mobilizou o Sindicato de Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen).
Hoje, eles prometem acompanhar a audiência que definirá o futuro de um dos acusados da morte de Chiquinho. A audiência será hoje, às 8h, no Fórum de Londrina.
A expectativa é que grande parte dos 450 agentes penitenciários da cidade acompanhem a audiência. Em todo o Paraná existem 3,5 mil agentes penitenciários.
Na convocação publicada pelo sindicato, o presidente do Sindarspen, José Roberto Neves, afirma que as investigações policiais apontaram, como possibilidade de motivação para o crime de Chiquinho, o exercício da função do agente penitenciário.
“Estamos cobrando justiça e maior atenção no caso. Nosso colega foi barbaramente assassinado na frente da família”, desabafa o gerente administrativo do Sindarspen, Vilson Brasil. “Foi uma tentativa do crime organizado de Londrina intimidar aqueles agentes que trabalham de forma correta, como Chiquinho. Por atrapalhar os planos do crime organizado ele foi executado”, relaciona.
Após o assassinato, segundo Vilson, agentes penitenciários receberam mensagens com o escrito “Trabalhe bem que você vai morrer”. A convocação afirma ainda que a presença dos agentes é essencial para melhorias na classe.
“O ato é de fundamental importância para a manifestação de união da categoria por melhores condições de trabalho, segurança e de respeito e consideração pela memória do colega assassinado”, diz o documento assinado por Neves.
Para Vilson, a solução para o problema enfrentado pelos agentes está na apuração adequada do crime. “Não deve-se punir apenas o executor, mas o sistema todo. É preciso envolver a inteligência da Polícia Civil para prevenir os ataques e acabar com crime organizado. A presença da Polícia Federal também é essencial, pois o tráfico internacional está diretamente ligado”, opina.
Vilson adianta que, no início do próximo ano, a categoria vai conversar com o governador eleito Beto Richa, no intuito de conseguir melhorias como a utilização de armas de fogo.