Até sexta-feira, policiais paranaenses estão sendo treinados por agentes do Federal Bureau of Investigation (FBI). Em Curitiba, nove policiais norte-americanos ensinam técnicas de investigação de criminosos em série (serial killers). As atividades começaram ontem com um seminário. A partir de hoje, as aulas seguem na Escola Superior de Polícia Civil do Paraná.
Como explica o secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, com o Curso Internacional de Técnica de Investigação Policial da cena do crime ao perfil do criminoso, o que se pretende é capacitar a polícia paranaense. Segundo ele, o Paraná já tem alguns exemplos de serial killers, mas pretende tratar desses casos ?com mais técnica e organização?. ?Temos alguns exemplos de criminosos em série agindo no Paraná. Um deles foi preso recentemente em Pato Branco: o andarilho que, às vezes se passando por pastor, pode ter matado 31 crianças em todo o País?, comenta.
De acordo com o representante do FBI junto à embaixada dos Estados Unidos no Brasil, David Brassanini, essa é a primeira vez que o curso é ministrado em outro país. ?O treinamento é feito por agentes especializados na área. Em sala de aula, com exemplos de casos que já tivemos, passamos o método, as técnicas e a tecnologia aplicados. O objetivo é mostrar como pode ser feito, da melhor forma e mais rápido?, afirma.
Conforme o secretário, no Brasil ainda são poucas as informações existentes sobre crimes em série. Porém, segundo ele, são vários os casos que têm essas características. ?O que buscamos é reconhecer a existência desse tipo de crime aqui e criar um método de trabalho para identificar. Existe uma grande necessidade de se montar um banco de dados para identificar os criminosos e ligar um crime a outro, independente de onde foi praticado. Provavelmente isso saia desse seminário?, comenta Delazari.
Do curso participam 22 delegados e 11 investigadores da Polícia Civil do Paraná, delegados de 21 estados e cinco policiais federais. ?O curso começou a ser planejado, há dois anos, quando constatamos que tínhamos, em mãos, um criminoso em série. Necessitávamos de novos padrões de investigação para oxidar esse tipo de crime?, explica o diretor da Escola Superior de Polícia Civil, Cláudio Telles.