Com fim do motim na Penitenciária Estadual de Piraquara, (PEP) uma comissão especial de sindicância foi criada para apurar as responsabilidades e as circunstâncias em que os presos se rebelaram. Ontem, os integrantes da comissão, coordenada pela Promotoria de Investigação Criminal (PIC), deram início às investigações. O secretário da Justiça e Cidadania, Aldo Parzinello, já afirmou que houve falha humana e que os responsáveis deverão ser punidos. Fazem parte da comissão: Irineu Toniello, como presidente da sindicância; Flávio Antônio Orth, como membro participante e Nádia Maria Vieira, como secretária. Além deles, a equipe conta ainda com a participação do coronel Ivan Fonseca, diretor do Serviço de Inteligência da Secretaria de Justiça e Cidadania e com a do diretor da Penitenciária Central do Estado (PCE), André Luiz Ayres Kendrick.
O secretario de Justiça afirmou que o motim foi causado por falha humana, já que o sistema operacional da PEP não apresenta erros. “O sistema é perfeito. Assim que o motim começou, imediatamente a água e a luz foram cortadas, os presos ficaram isolados na 7.ª galeria, e todas as demais portas permaneceram trancadas”, explicou Parzinello.
Há suspeitas que os agentes penitenciários tenham facilitado o motim, por isso todos os envolvidos são suspeitos, inclusive os reféns. “A secretaria vai seguir todos os procedimentos necessários para averiguar as causas e punir os responsáveis do ocorrido na sexta-feira”, finalizou o secretario.
Transferência
Ontem começaram a ser feitas as negociações para a transferência dos 14 presos para os presídios de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Depois do motim eles foram levados ao Centro de Observação Criminológica e Triagem (COT), onde aguardam para serem removidos. Cada remoção será negociada individualmente, já que o processo exige cautela. Para cada transferência é necessário o aval do Ministério Público, a certeza de vaga em outro presidio e um forte esquema de escolta.
Motim
A rebelião começou por volta das 10h de sexta-feira, quando Marcelo Amorin Cardoso, o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), no Paraná, rendeu três agente penitenciários -Emerson Ramos, Marcos Murilo Holzemann e Amauri Pereira Carneiro -, na 7.ª galeria. Usando uma arma de sabão ele rendeu os funcionários do presídio e os obrigou a abrir as outra celas. Durante o motim, que durou mais de 10 horas, dois presos foram mortos a golpes de pá e marreta. Dos 21 rebelados, 14 foram encaminhados ao COT e outros sete preferiram continuar na PEP.