Agente penitenciário sofre atentado em casa

Na mesma semana em que foram soltos os suspeitos de matar dois agentes penitenciários e atirar contra um terceiro, outro agente sofreu um atentado, desta vez no Bairro Alto. As investigações da Delegacia de Homicídios apontam que os crimes não estão relacionados.

A vítima relatou que estava deitada, quando ouviu as portas da sala e da cozinha serem arrombadas. Um dos invasores disse: “ele está em casa”. O agente pegou sua arma registrada e se deparou com um dos bandidos na sala. “Atirei antes que ele atirasse. Ele continuou querendo reagir, então dei o segundo tiro. Ele se virou e saiu correndo. Tentei atirar novamente, mas ele pulou o muro e fugiu. Vi que eram dois caras, e um terceiro aguardava no carro”, conta o homem que trabalha como agente penitenciário há 20 anos, e não quis se identificar.

Morto

Cristiano da Silva Belarmino, 26 anos, apareceu baleado no Hospital Vita, da Linha Verde, pouco tempo depois. Ele morreu e foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal, no início da madrugada de ontem. O agente, que construiu a própria casa, decidiu se mudar com a família. Ele não acredita que o ataque pode ter sido tentativa de assalto. “Ao que parece é uma represália pela minha profissão, porque quem vem para assaltar não arromba duas portas ao mesmo tempo, fazendo esse barulho todo”.

Vence prazo da prisão temporária

Nesta semana, venceu o prazo de prisão temporária dos oito suspeitos de matar dois agentes penitenciários e atirar contra outro. Uma das vítimas foi Wilmar Prestes da Silva, 47 anos, morto em casa, no Boa Vista, em 18 de março. Outra foi Valdeci Gonçalves da Silva, 35, assassinado com onze tiros na Cidade Industrial, no dia 13. O terceiro caso foi contra o agente Jair Dias, no Pilarzinho. Ele foi baleado dentro de casa, em 25 de fevereiro, mas se recuperou.

Os oito suspeitos foram presos, depois que a Delegacia de Homicídios recebeu denúncias que os três casos poderiam ter relação e que teriam sido ordenados por uma facção criminosa. Os nomes deles, as datas e os locais das prisões, não foram divulgados.

Sem provas

“Alguns deles admitiram fazer parte da facção, outros não, mas nenhum deles confessou ter atirado nos agentes. Não foram encontradas provas da denúncia de cumprimento de ordens da facção”, explica o delegado Cristiano Quintas.

O inquérito ainda está aberto e, segundo o delegado, as investigações começam a apontar que os crimes podem ter sido motivados por problemas pessoais, sem relação entre eles. Cristiano, morto após invadir a casa do agente no Bairro Alto, não teria relação nenhuma com os presos liberados.

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