O agente penitenciário Osni Lago Lenhani registrou queixa na delegacia de Piraquara contra três detentos da Colônia Penal Agroindustrial (CPA) por agressão. Ele alega ter sido agredido com chutes no rosto pelo preso Lucas Matheus Lopes e que outros dois detentos, não identificados, teriam participado da confusão. Segundo a polícia, mais dois agentes também foram agredidos pelos presos, porém não quiseram registrar queixa.

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A briga começou na entrada da CPA, às 11h30 de quarta-feira, depois que Osni flagrou o detento Luciano Almeida da Silva se aproximando por um bosque com sacolas nas mãos, segundo ele, contendo maconha e celulares. Quando algemou Luciano, os outros detentos se rebelaram e iniciaram as agressões contra a equipe de agentes.

Algemado

A confusão proporcionou a Luciano a chance de fugir, mesmo algemado, e para outros detentos de pegarem celulares e parte da droga trazida por ele. A Polícia Militar foi chamada, mas de acordo com os agentes, foi barrada pela diretoria, sob alegação que a situação violenta estava controlada.

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“Em seu depoimento, Osni disse que apanhou junto com outros colegas. Disse que levou vários socos e até chute no rosto. Vamos ao presídio ouvir estes três presos e também os demais agentes envolvidos”, explicou o delegado Osmar Feijó.

No relatório de plantão redigido pelos agentes no dia das agressões, consta que Lucas Lopes foi levado para a Casa de Custódia onde foi submetido à medida disciplinar. O mesmo documento, assinado pelo inspetor de plantão e que o Paraná Online teve acesso com exclusividade, aponta que os presos conseguiram pegar parte da droga e dos celulares trazidos por Luciano. Os agentes conseguiram recuperar quatro celulares e certa quantidade de maconha.

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Pente-fino

Na noite de quinta-feira, um dia depois da confusão, policiais militares foram ao presídio fazer um pente-fino. Segundo a direção do presídio, vários objetos ilícitos foram apreendidos, entretanto não foram especificados.

Relatos divergentes

No dia das agressões, o inspetor de plantão redigiu um documento relatando a situação de agressão pelos detentos. Entretanto o relatório não chegou a ser protocolado. Osni redigiu então um segundo documento descrevendo a situação, porém com conteúdo mais ameno.

O diretor da CPA, Ismael Meira, declarou que a alteração foi feita pelo agente e não teve qualquer influência da direção do presídio. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria da Justiça, Ismael explicou que o primeiro documento redigido pelo agente não continha as agressões, que foram incluídas na segunda versão. “Se ele mudou, foi por vontade própria. Recebi apenas um documento, o qual foi registrado oficialmente”, disse o diretor.

Ismael também informou que a situação na CPA está sendo pacificada. “Estamos monitorando os presos de perto. Parte do que os agentes tem divulgado não é verdade”, afirmou.