Advogados acusados de fraude continuam presos

O desembargador federal Néfi Cordeiro, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4.ª Região, em Porto Alegre, manteve ontem a prisão preventiva de cinco dos envolvidos presos pela Polícia Federal durante a Operação Big Brother. Os defensores dos advogados Michel Saliba Oliveira – presidente da subseção de Curitiba da OAB, Sílvio Carlos Cavagnari, João Bosco de Souza Coutinho e José Lagana e do técnico em informática João Marciano Oddpis impetraram três habeas corpus no TRF solicitando a libertação dos acusados na última segunda-feira. Eles estão presos desde o último dia 15.

O desembargador, no entanto, negou as liminares solicitadas, cujo mérito ainda deverá ser julgado pela 7.ª Turma do Tribunal. O TRF informou que antes de chegar à sua decisão, o magistrado teve de analisar mais de 20 volumes de documentos que formavam os três processos. O teor da fundamentação do desembargador em sua decisão não pode ser divulgado porque está sob segredo de justiça, por envolver dados obtidos através de quebra de sigilo telefônico.

Os advogados dos acusados não foram encontrados para comentar a decisão.

Libertado

Já o usineiro Paulo Sampaio, último acusado a ser preso na operação, teve melhor sorte. Ele foi solto ontem. Sampaio estava preso na carceragem da PF desde a última terça-feira, mas é o único dos acusados que estava detido por conta de uma prisão temporária que foi prorrogada. "Interpusemos um pedido de contraposição a eventual pedido de prisão preventiva na Justiça Federal e ele foi posto em liberdade", explica o advogado de Sampaio, Cládio Dalledone Junior.

Porém, o advogado alerta que isso não significa que o juiz não decrete novamente a prisão preventiva de Sampaio no decorrer do processo.

Juntamente com os outros presos, Sampaio é acusado de fraudar ações contra a Eletrobrás e a Petrobras a fim de obter tutela antecipada de títulos precatórios já vencidos num esquema que renderia mais de R$ 2 bilhões. Eles responderão por formação de quadrilha, tentativa de estelionato, corrupção ativa, tráfico de influência e crimes contra o sistema financeiro nacional. 

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