A prisão de um advogado, ontem, em Curitiba, confirma as informações de que as rebeliões no interior do Paraná estão relacionadas à facção criminosa Primeiro Comando da Capital e às ofensivas contra policiais que ocorrem em São Paulo, desde a última sexta-feira. O criminalista André Lanzoni Pereira seria o responsável por estender à capital paranaense os movimentos da facção. Ele foi flagrado no Centro de Detenção Provisória de São José dos Pinhais, após incitar presos a provocarem uma rebelião. A ordem teria vindo de "generais" do PCC – como eles se autodenominam.
Pereira foi levado para o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), onde foi autuado. Como é usualmente feito quando um advogado é preso, a seccional Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) designou um advogado, neste caso Dálio Zippin Filho, para acompanhar o flagrante. Dalio contou que a prisão ocorreu porque Pereira orientava quatro detentos para que agissem imediatamente para começar uma rebelião. "Ele despertou suspeita na segurança do presídio, que escutou a conversa dele", relatou Zippin Filho. Os agentes teriam ouvido frases como "Vocês sabem o que devem fazer" e "Quantos ?soldados’ vocês têm nesta ala?". Quinze teria sido a resposta. O advogado ainda iria visitar a Prisão Provisória de Curitiba e a Casa de Custódia, para levar as mesmas orientações.
Segundo Zippin Filho, há informações de que André Lanzoni Pereira seria o braço do PCC em Curitiba há quatro anos. Pereira, no entanto, reservou-se o direito de se defender somente em juízo. Ele foi autuado por formação de quadrilha e por ir contra a Lei de Segurança Nacional.
O presidente da OAB-PR, Manoel Antônio de Oliveira Franco, explicou que a nomeação de um advogado para acompanhar outro preso é procedimento da Ordem, mas que, no caso de este ser culpado, a OAB não irá defendê-lo.