O advogado Carlos Alberto Pereira, 55 anos, preso em outubro do ano passado, sob acusação de liderar uma suposta máfia que desviava o pagamento de precatórios (indenizações do Estado), deixou ontem o Centro de Detenção e Ressocialização de Piraquara, após a juíza da 6.ª Vara Criminal de Curitiba, Sayonara Sedano, revogar sua prisão preventiva. O advogado Elias Mattar Assad informou que requisitou a liberdade de seu cliente, porque Carlos possui todos os requisitos para responder o processo em liberdade. ?Ele tem bons antecedentes, residência fixa e trabalha?, salientou o defensor.
A prisão de Pereira ocorreu em julho do ano passado, mas somente no dia 16 de outubro, após três meses foragido, Carlos se entregou à Polícia Federal de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e foi transferido para Curitiba. ?Não constatamos qualquer prova que tenha havido lesão aos cofres públicos como foi noticiado, tanto que conseguimos que a Justiça o colocasse em liberdade?, enfatizou Assad.
Esquema
Em julho do ano passado, a polícia divulgou que o esquema da quadrilha começava quando clientes procuravam o escritório de advocacia de Carlos Alberto, localizado na Rua João Meisster Sobrinho, no Bom Retiro, para mover ações previdenciárias contra o Estado. Aproveitando-se da ingenuidade de alguns clientes, Carlos Alberto os fazia assinar procurações para cuidar do processo e receber os precatórios. Muitos benefícios teriam sido recebidos pelo advogado, e os clientes nem chegaram a saber da conclusão do processo.
