O advogado Roberto Bertholdo foi condenado pela 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba a 5 anos e 3 meses de reclusão, em regime semi-aberto, pela interceptação clandestina do telefone do juiz federal Sérgio Moro. Foram, pelo menos, 41 ligações interceptadas do gabinete do juiz. Além da pena de reclusão, Bertholdo foi condenado a pagar uma multa de aproximadamente R$ 576 mil.
A denúncia foi proposta pelo Ministério Público Federal (MPF), em novembro de 2005. Por considerar a pena baixa, diante da gravidade dos fatos, o MPF deve apelar da sentença. A denúncia revela que Bertholdo implantou escutas telefônicas para interceptar conversas do juiz com o objetivo de obter informações privilegiadas a respeito de processos envolvendo seus clientes. Bertholdo está preso desde o último dia 4 de novembro.
Além das escutas telefônicas ilegais, ele também é acusado de lavagem de dinheiro e tráfico de influência. A reportagem de O Estado tentou falar com a advogada de Bertholdo, Adriana França, que também é sua esposa, mas não obteve resposta.
Tortura
O antigo sócio de Bertholdo, Sérgio Renato Costa Filho, acusou o advogado em fevereiro de 2005 de tê-lo torturado por causa de um suposto desvio de R$ 900 mil e de um possível ?grampo? no escritório, que teria captado uma conversa comprometedora entre Bertholdo e Tony Garcia. Desde então, Costa está se escondendo em outro país, temendo sofrer represálias. Bertholdo teve a prisão decretada em março por conta das acusações de agressão. Em junho, obteve um habeas corpus. Neste período, ficou foragido da Justiça, protegido em carros blindados e sem ser incomodado em Brasília.
Denuncismo
No mês passado, Bertholdo foi novamente foco das atenções, quando ele e Tony Garcia trocaram acusações por meio da imprensa. O ex-advogado é apontado como pagador de propina ao PMDB, em troca de apoio ao governo federal, com dinheiro angariado através de estatais como Itaipu, Furnas e Correios.
