Advogado renuncia se Copetti falar

O advogado Haroldo César Nater, que defende um dos acusados de participar do suposto ritual de magia negra que resultou na morte do garoto Evandro Ramos Caetano, em 1992, em Guaratuba, ameaça renunciar ao caso, se o tenente-coronel Valdir Copetti Neves não for ouvido no julgamento que terá início às 9h de amanhã e deverá se estender por oito dias. Sentarão no banco dos réus Airton Bardelli dos Santos e Francisco Sérgio Cristofolini. "Já juntei uma petição no processo porque eu tenho certeza que ele vai se esquivar novamente", comentou Nater. Caso Neves não compareça, o julgamento poderá ser adiado.

O defensor, que em abril do ano passado defendeu outros acusados do mesmo caso – Osvaldo Marcineiro, Vicente de Paula Ferreira e Davi dos Santos, que foram condenados -, disse que a presença do coronel Neves é imprescindível. Nomeado pelo juiz Rogério Etzel para defender Cristofolini, Nater alega que o depoimento de Neves irá esclarecer vários fatos, já que há 13 anos ele comandou os trabalhos que resultaram na prisão dos sete acusados, entre eles, Celina Abagge e sua filha Beatriz, mulher e filha do então prefeito de Guaratuba, Aldo Abagge. As mulheres já foram submetidas a julgamento em 1998 e foram absolvidas, mas devem ser levadas a júri popular novamente.

O advogado Matheus Gabriel Rodrigues de Almeida concorda com Nater. "Ele está recolhido no Corpo de Bombeiros, da Rua Nunes Machado. A presença dele no Tribunal do Júri é importante para a defesa dos acusados", salientou o advogado, referindo-se ao oficial da PM. Ele informou que o juiz Rogério Etzel, da 2.ª Vara do Tribunal do Júri, ainda não decidiu sobre o pedido de levar os jurados até Guaratuba, para conhecer a serralheria Abagge, onde o garoto teria sido morto.

Acusação

A presença de Neves é importante para os defensores devido as recentes acusações de tortura que pesam contra o tenente-coronel, que se encontra preso. Porém, o Ministério Público descarta a argumentação da defesa de que os sete acusados foram torturados para confessar o crime. A assessoria de imprensa do MP disse ontem que os promotores Lúcia Inez Giacomitti Andrich e Paulo Sérgio Markowicz de Lima adiantaram que as atuais acusações contra Neves, relacionadas a conflitos de sem terra, não têm qualquer relação com o caso ocorrido em 1992. Os promotores salientaram que existem provas das responsabilidades dos réus e que eventual argumentação pela defesa de torturas sofridas pelos acusados não tem qualquer amparo legal. Ainda de acordo com o MP, os laudos de lesões feitos na época, não são compatíveis com tortura. Os promotores frisam que um dos acusados que confessou o crime, não apresentava qualquer ferimento.

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