O cabo Afonso Odair Konkel, 26 anos, e o soldado Nilton Hasse, 33, que participaram da abordagem policial que resultou na morte do estudante Anderson Froese de Oliveira, 18, poderão ser colocados em liberdade nas próximas horas. A informação é do advogado deles, Peter Amaro de Souza. Ele disse que já entrou com o pedido de revogação da prisão preventiva de seus clientes com base no Código de Processo Penal. “Eles são funcionários públicos, têm residência fixa e não representam risco à sociedade. Por esse motivo entendo que não há necessidade de ficarem presos e podem responder o processo em liberdade”, argumentou o defensor. Ele acredita que o juiz da Auditoria Militar irá acatar o seu pedido. “Não é porque são policiais que devem permanecer presos. Eles têm o mesmo direito que qualquer cidadão”, emendou Peter.

Morte

De acordo com testemunhas, Anderson pichava o muro de uma empresa de ônibus junto com um garoto de 16 anos, quando foram abordados pelos policiais, lotados no serviço reservado do 13.º Batalhão da PM. Durante a abordagem Anderson foi ferido com um tiro na cabeça, disparado pelo soldado Nilton Hasse. Ao invés de acionar o Siate, os policiais chamaram seus colegas fardados do Batalhão e Anderson foi conduzido com vida para o Hospital do Trabalhador dentro do camburão da viatura caracterizada da PM. Ele ainda chegou com vida, mas morreu logo após dar entrada.

Já os policiais deram outra versão do caso, eles afirmam que estavam procurando dois suspeitos de tentar assaltar um restaurante na Água Verde. Ao abordarem os meninos, um deles reagiu atirando, eles revidaram e acertaram Anderson.

O caso começou a ser investigado pela Delegacia de Homicídios. De posse do laudo de que o disparo foi encostado, próximo a orelha do jovem, e da negativa do exame de resíduos químicos, o delegado Sebastião Santos Ramos Neto solicitou a Prisão Preventiva dos acusados. Eles foram apresentados no Batalhão no dia 14 de novembro e conduzidos ao Batalhão de Polícia de Guarda, onde permanecem recolhidos. No dia 18, o advogado de defesa conseguiu que a Justiça determinasse que o caso só fosse investigado pela Polícia Militar e não pela Polícia Civil e a Delegacia de Homicídios que cessou com os trabalhos de apuração do caso.

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