O advogado Luiz Fernando Comegno entrou, ontem, com um pedido de revogação da prisão de Délcio Augusto Razera. Ele alega que, para a conclusão do processo (prazo de 81 dias) só tem mais 20 dias. ?Esse tempo é insuficiente, de modo que não há porque não conceder a revogação imediata da prisão.? Anteriormente, Razera já havia tido um habeas corpus e uma liminar negados. De acordo com a Promotoria, a decisão sobre o pedido de revogação não deve sair antes de sexta-feira.
Como parte do processo conduzido pelo juiz Gaspar Luiz de Mattos Araújo Filho, foram ouvidos ontem os filhos de Razera, Luciano e Marcus Vinícius, e a esposa do policial civil, Maria Luzia Razera. Ela confirmou que apenas fazia serviços de secretária no escritório do marido. Maria Luzia comentou que teve a casa revirada e que foram levados vários objetos insuspeitos, como uma faca de cozinha. ?O que não levaram, derrubaram no chão ou quebraram.?
Outra testemunha ouvida ontem foi o diretor da Imprensa Oficial, João Formighieri, acusado de ter encomendado grampo telefônico a Razera. Seu advogado, Roberto Brzezinski, informou que ele nega qualquer envolvimento com Razera, apesar de não negar conhecê-lo.
O último depoente do dia foi Laércio Licheski, cujo nome aparece duas vezes nas transcrições de ligações feitas pelo Ministério Público. Ele alega nunca ter encomendado ?grampos? e afirmou que nas duas ocasiões em que seu nome aparece, a referência é feita pelo fato dele alugar uma sala de escritório para Razera.