O advogado Guilherme Navarro Lins de Souza, 30 anos, foi preso ontem por policiais da Delegacia de Homicídios e do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Ele está sendo acusado de ter mandado matar o empresário Paulo Gustavo de Freitas Turkiewick, 30 anos, executado a tiros na última segunda-feira. Ambos teriam negócios no exterior, na ordem de R$ 2 milhões, e Guilherme desconfiava que o amigo estava desviando parte do dinheiro. Este teria sido o motivo do assassinato.
Guilherme teve prisão por 30 dias decretada pela Justiça, a pedido do delegado José de Deus Alves Pereira. Um funcionário do advogado, que se identificou como Rogério Gonçalves, 33, foi localizado no final da tarde, na Rua Maesto Antonello, Vila Fanny, e foi preso sob suspeita de de ser um dos indivíduos que atirou contra o empresário. Paulo foi morto com quatro tiros quando chegava na Academia Paranaense de Tênis, na Rua Trieste, em Santa Felicidade. Outros dois homens também estariam envolvidos na trama e até a noite de ontem ainda eram procurados por investigadores do Cope da DH.
Desconfiança
As suspeitas contra o advogado começaram a surgir quando ele compareceu na Delegacia de Homicídios para acompanhar o depoimento da esposa da vítima. Como Guilherme trabalha na área Cível e queria saber muitos detalhes sobre o crime, os investigadores começaram a desconfiançar de sua atitude. Outro fato que chamou a atenção é que o ele foi uma das primeiras pessoas a chegar no local do crime, às 20h de terça-feira. Por esses motivos, o advogado acabou sendo convidado pelo delegado José de Deus a prestar depoimento.
Foi o próprio advogado que revelou à polícia que tinha contratado uma agência de detetives para seguir Paulo, pois suspeitava que estava sendo lesado pelo amigo. O proprietário da empresa foi chamado e confirmou que Guilherme era seu cliente e sempre solicitava serviços.
Executores
Identificado um suspeito de ser o mandante do assassinato faltava à polícia descobrir quem atirou. Segundo testemunhas, o autor era alto e gordo. Guilherme é forte, mas é baixo, o que descartou a hipótese dele ter atirado.
Na quinta-feira, o delegado José de Deus descobriu que Guilherme tem uma pistola, com porte e registro, e apreendeu a arma, que foi encaminhada para ser examinada, mas o confronto com os projéteis foi negativo. “Foi uma pistola, mas não a dele”, disse o policial.
A mesma empresa de investigação contratada pelo advogado para seguir o empresário tinha recebido outra missão, a de acompanhar os passos de dois funcionários de Guilherme. Eles também foram filmados e a polícia conseguiu cópia da fita, sendo que um deles, Rogério, tem as características do matador. Com base nesta suspeita Rogério foi preso ontem à tarde. Hoje ele deverá ser interrogado na DH, para esclarecer sua participação e fornecer outros detalhes sobre o crime.
