O advogado Luiz Carlos Hauer, 46 anos, foi preso, no início da manhã de ontem, por guardar 101 munições de vários calibres e espingarda calibre 22, dentro de casa, na Rua Saldanha da Gama, no Centro. Os policiais também encontraram uma pedra de crack, um cachimbo para uso da droga, uma espada samurai, uma machadinha e um aparelho de choque.
A Polícia Militar foi acionada por volta das 8h20 para atender uma ocorrência de suposta violência doméstica. A denunciante era mulher do advogado. Ela ligou para a polícia depois de saber que o marido estava trancado no quarto com uma jovem, que seria adolescente. A mulher teria, inclusive, usado um extintor de incêndio para arrombar a porta do cômodo.
A equipe do tenente Kaimã, do 12.º Batalhão da PM, chegou ao endereço, próximo à Praça do Expedicionário, e foi recebida tranquilamente pelo advogado, que liberou a entrada à residência, permitindo que fosse feita revista.
Arma e droga
Durante as buscas, os policiais encontraram as munições de calibres 22, 38 e 44 (de uso restrito), escondidas num toldo, e a espingarda. No quarto, acharam a droga num prato, em cima da cama. “Tinha uma pedra e resquícios de pó. A casa estava bagunçada e cheirava crack. A impressão é que se devia usar muita droga lá”, comentou o tenente.
Luiz Carlos foi preso em flagrante e levado para a Delegacia da Mulher, onde negou ser usuário de droga. A companheira também foi encaminhada para registrar boletim de ocorrência. De acordo com a polícia, ela revelou que o marido usava os objetos para agredi-la e a torturava com o aparelho de choque. A mulher não apresentava lesões aparentes, mas foi encaminhada ao Instituto Médico Legal para realizar exame de lesão corporal. “Os dois estariam juntos há dois anos. Parece que houve um desentendimento entre eles, mas ela continuou morando lá”, disse o tenente.
Sem fiança
Além de responder pela Lei Maria da Penha, o advogado será autuado por posse ilegal de arma e de munição de uso restrito. De acordo com a polícia, Luiz Carlos ficou preso, sem pagamento de fiança. No site da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), consta que sua situação cadastral está suspensa, mas não se sabe os motivos.