Na última quinta-feira a Delegacia de Homicídios (DH) prendeu os suspeitos pela morte da empresária Sônia Modesto, 32 anos, executada com um tiro na cabeça, na madrugada do último 20 de janeiro. Na ocasião da prisão, Mahara Valência de Oliveira Franco, proprietária do Corsa Sedan placa AAW-2412, veículo usado pela quadrilha na noite do crime, foi localizada pelos investigadores um dia antes, na quarta-feira, quando foi levada à DH, ouvida e liberada. A respeito das acusações de seu envolvimento na morte da empresária, o advogado de Mahara, o criminalista Nelmon J. Silva Jr., pede direito de resposta pelas acusações. Segue abaixo, na íntegra, a defesa enviada pelo advogado.
"Na matéria publicada em 28 passado, foi afirmado que Mahara Valência de Oliveira Franco, teria participação na morte da empresária Sônia Modesto, visto que seu veículo GM Corsa Sedan, placas AAW 2412, teria sido usado pela quadrilha na noite do crime. Também foi afirmado que Mahara está foragida e que é procurada pela polícia.
Ocorre que no dia 25 passado, Mahara foi à Delegacia de Homicídios prestar informações ao delegado Maurílio Alves, ocasião na qual foi indiciada e liberada pela autoridade policial; portanto, Mahara não poderia estar foragida, mesmo porque até a presente data não há mandado de prisão expedido contra sua pessoa. Mahara está assustada e segura na casa de seus familiares, em Curitiba.
Com relação ao suposto envolvimento de Mahara com o grupo criminoso, também não condiz com a realidade, sendo certo que Mahara emprestou seu veículo GM Corsa Sedan, placas AAW 2412, para sua amiga Beatriz Cox Frank, porém em nada participou ou contribuiu à empreitada criminosa, sequer dirigiu seu veículo na noite do crime, ou teve qualquer conhecimento deste.
Segundo o advogado de Mahara, o criminalista Nelmon J. Silva Jr., "infelizmente este é mais um dos grandes equívocos praticados pela nossa Polícia Civil, que deveria ter mais cautela com as informações prestadas à imprensa. Minha cliente é pessoa que não necessitaria envolver-se com o crime, vez que de conceituada família e de imaculados antecedentes criminais."
Para evitar mais distorções na investigação, o criminalista Nelmon J. Silva Jr. pretende colocar formalmente Mahara à disposição da polícia, para que se necessário preste mais informações. Conclui seu raciocínio dizendo que "se Mahara tivesse participado do crime como disse a polícia, porque ela não foi presa quando deu seu depoimento? Se Mahara não estava em flagrante, porque não pediram a sua prisão preventiva? Quem reconhece Mahara como a condutora do veículo GM Corsa Sedan, placas AAW 2412, na noite do crime? O que Mahara ganharia praticando o crime, se de boa família e de imaculados antecedentes criminais?"
Delegado rebate versão da defesa
O delegado Adonai Armstrong, titular da Delegacia de Homicídios (DH), que preside o inquérito policial da morte de Sônia Modesto, afirmou ontem que Mahara Valência de Oliveira Franco tem participação no assassinato da empresária por diversos fatos revelados nos depoimentos dos suspeitos presos na última quinta-feira. O primeiro deles, segundo o policial, é que Mahara seria namorada de Marcos Bezerra, chefe da quadrilha e que, junto com Mahara, seriam os mandantes da morte. Ele está foragido. Na noite do crime, revelou Armstrong, o restante da quadrilha estava reunida na casa de Mahara, no Santa Quitéria, aguardando a chegada dela, de Marcos, Rodnei Araújo Serrano e do adolescente de 17 anos; estes dois últimos, os atiradores; para saber como transcorreu o crime. Mahara teria dito às pessoas que lhe aguardavam em sua casa, que o fato não ocorreu como o esperado, porque os rapazes acabaram matando Sônia e a empregada dela, Tatiana Gusso, 29 anos, que só levou um tiro de raspão e sobreviveu ao atentado. Porém a quadrilha não sabia que Tatiana tinha sobrevivido ao tiro.
Na defesa o advogado mostra que a mulher que estava com Marcos, no momento da execução, seria Beatriz Cox Frank. Porém o delegado diz que, os depoimentos dos outros envolvidos revelaram que Beatriz não estava envolvida diretamente na morte. Ela estava ciente do fato, e estava na casa de Mahara, junto com o "Bruno" (Adenir Alves de Lima), aguardando a chegada do bando após o crime. Armstrong ainda diz que a Delegacia de Homicídios está disposta a ouvir Mahara, para que ela dê sua versão dos fatos e sua defesa, que podem ajudar no esclarecimento do caso.
Mandante
Durante a apresentação à imprensa, na última sexta-feira, dos detidos suspeitos da morte de Sônia, a DH revelou a forte hipótese de haver um mandante para a execução da empresária. Porém ainda não sabiam quem teria ordenado o assassinato e nem o motivo. Hoje, o delegado afirma que já tem novidades sobre o caso. "Toda a história de como ocorreu o crime e seus envolvidos já foi esclarecida. Ainda não divulgaremos nada porque estamos confirmando e formalizando todas as suspeitas e fatos investigados", finalizou o delegado.