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Luciana, a pivô do esquema, tem novo defensor. |
As investigações sobre esquema de pedofilia associada a extorsões pode ter novidades nos próximos dias. A principal acusada de ser uma das líderes do esquema, Luciana Polerá Correia trocou de advogado. A pedido da família da jovem, o advogado José Feldhaus renunciou o caso, após entregar o chip do celular de Luciana, na última terça-feira. Ontem, o advogado Peter Amaro de Souza assumiu a defesa, mas preferiu não falar sobre o assunto. ?Ainda estou estudando o processo, mas o caso terá uma reviravolta daqui para frente?, adiantou Peter.
Na segunda-feira, está marcado o interrogatório de Luciana e dos outros 25 acusados, entre eles dois delegados (o terceiro ainda está foragido), 13 investigadores, três escrivães e uma advogada criminalista. Todos serão ouvidos no auditório da Vara de Auditoria Militar. Luciana deverá ser a primeira a falar, mas não se sabe se ela irá confirmar o que contou na Corregedoria da Polícia Civil. No interrogatório do inquérito policial, que teve a duração de seis horas, a jovem entregou os participantes do esquema, que tiveram suas prisões decretadas.
Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público, no dia 26 de junho deste ano, Luciana mantinha uma agência de acompanhantes, em seu apartamento no bairro Fazendinha e em outro prédio no centro da cidade. Um cliente, que não foi identificado nas investigações, solicitou uma adolescente para programa sexual. Luciana comentou o pedido com uma mulher, que teria sugerido a idéia de envolver policiais em um esquema para extorquir pedófilos. Para colocar a idéia em prática, Luciana teria convidado seu tio, Lincoln Lima dos Santos, 43, -que foi policial militar – que lhe apresentou os policiais civis lotados no 7.º Distrito (Vila Hauer).
Quadrilha
O esquema teria sido colocado em prática, no início do ano passado por Luciana, Lincoln, a secretária de Luciana, Bruna Fernanda dos Santos, 20; o delegado Eduardo Marcelo Castela, 37, e os policiais Mário Jorge Ribeiro Couto, 44; Humberto Tiesse, 49; Walmir do Carmo Silva, 46; Aldemar dos Santos, 40; Richard Alberto Dittert, 50; Raimundo Francisco, 46; Gilberto Alves,41; e Marcos Antônio Ferreira, o ?Dentinho?, 40. Eles são acusados de concussão (extorsão feita por funcionário público), atentado violento ao pudor, estupro, prostituição e exploração sexual infanto-juvenil.
Depois de tudo armado, os policiais do 7.º Distrito Policial flagravam as meninas e os clientes e colocavam o plano em ação. Com armas em punho, eles invadiam o local, e davam voz de prisão ao pedófilo. O flagrante era filmado e fotografado, com telefones celulares e câmeras digitais. Em seguida, os investigadores levavam o pedófilo até o distrito, onde era cobrada quantia em dinheiro para o caso ser ?esquecido?. No 7.º Distrito (Vila Hauer), o escrivão Gilberto simulava a formalização do flagrante, orientado pelo superintendente Marco Antônio e pelo delegado Eduardo Castella. Segundo a denúncia, o dinheiro do golpe era dividido entre todos os acusados.
Também foram denunciados por envolvimento, os investigadores Jesmael Schoneborn de Moraes, 45, Márcio Glonika, 35, e Dirceu Antônio Zorek, 46, o músico Antônio Carlos Claro dos Santos, o ?Carlão?, 40, o escrivão Júlio César Lima, 35, e o delegado Edson Costa (que está foragido). Ainda de acordo, com a denúncia uma mulher, que não foi arrolada pelo Ministério Público, era a responsável por arrumar os clientes e marcar os encontros, que eram realizados em motéis ou em apartamentos.