Está preso na sede da Delegacia de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe) o ex-presidente e atual advogado da torcida organizada “Os Fanáticos” Juliano Rodrigues, conhecido também como Suk. Juliano foi indiciado como autor do disparo que matou o torcedor do Paraná Clube Diego Henrique Raab Goncieiro, de 16 anos, em 1.º de julho de 2012.

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A prisão temporária realizada na manhã deste sábado (15) foi decretada com base na investigação que contou com quebra de sigilo telefônico, testemunhos, busca e apreensão e provas periciais. Entre as provas, a mais importante é o laudo do Instituto de Balística do Paraná que comprovou por meio de perícia que o projétil extraído do corpo da vítima foi disparado pelo revólver calibre 38 registrado em nome do advogado. O revólver e também uma pistola 380, de propriedade de Juliano, foram apreendidos na casa do acusado no final do ano passado, ambas com licença vencida.

Segundo o delegado da Demafe Clóvis Galvão Gomes, o ex-presidente da Fanáticos nega a autoria e participação no crime, contestando o laudo e os exames balísticos realizados na arma. “As balas de uma arma possuem raias únicas que as identificam, são como o DNA, não existe duas armas com marcas iguais. A perícia afirma categoricamente que a bala quem matou Diego saiu da do cano da arma de Juliano. É uma prova técnica definitiva” afirmou o delegado.

O objetivo da prisão era confirmar quem atirou em Diego e quem eram os outros ocupantes dos três veículos que passaram efetuando disparos contra os torcedores que participavam de um churrasco na sede da torcida Fúria Independente, em acolhida à torcida Jovem do Sport Club do Recife. Apesar da prisão, o depoimento de Suk não esclareceu quem eram os ocupantes dos veículos.

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Mesmo não confessando o crime e não indicando se outra pessoa poderia ter usado sua arma, o advogado seguirá detido por até 30 dias, podendo ter sua prisão preventiva decretada após este período.

A esposa de Juliano, Maristela Bayuk, esteve na delegacia e afirmou que na data do crime os dois estavam comemorando o aniversário de 31 anos dela em Antonina, no litoral paranaense. Informação também repassada aos policiais pelo indiciado e por seus advogados de defesa.

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A família do jovem assassinado também compareceu a delegacia. Abalados, o pai, duas tias e um dos irmãos de Diego afirmaram estar aliviados com a prisão. “Justiça foi feita. A polícia prometeu que pegaria o culpado e cumpriu. Mas, meu filho não vai voltar para casa nunca mais”, afirmou José Roberto Goncieiro, pai de Diego.

O crime

Diego Henrique Raab Goncieiro participava de um churrasco na sede da torcida organizada do Paraná Clube, a Fúria Independente, no dia 1.º de julho de 2012. Por volta de 12h30, ocupantes de três carros passaram efetuando mais de 15 disparos contra a sede da torcida, um dos tiros acertou Diego na cabeça. O rapaz não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital no mesmo dia.

Testemunhas afirmaram na época que os ocupantes dos carros seriam integrantes da torcida organizada “Os Fanáticos”, do Clube Atlético Paranaense. Linha de investigação que foi seguida e confirmada pelos policiais da Demafe.

Segundo o delegado, a possível motivação do crime seria por vingança a uma agressão sofrida por Juliano Rodrigues há oito anos, por torcedores da torcida Jovem, em um jogo entre o Atlético Paranaense e o Sport, em Recife.

Ciciro Back
“Justiça foi feita. A polícia prometeu que pegaria o culpado e cumpriu”, declarou o pai de Diego.