Marcas nas costas denunciam a violência contra os jovens, supostamente praticada por PMs. |
Dois adolescentes de 16 e 17 anos foram espancados na manhã de ontem. Caídos em um gramado e com dificuldade para se locomover devido aos ferimentos, os garotos foram flagrados pela reportagem da Tribuna na esquina das ruas Júlio da Costa e Desembargador Otávio do Amaral, no Bigorrilho. As vítimas relataram que trabalham como cuidadores de carro, na região central de Curitiba, e que por volta das 7h estavam circulando com uma bicicleta recém adquirida, por R$ 30,00, pela Rua Vicente Machado quando foram abordados pela PM. A abordagem ocorreu porque a bicicleta era produto de furto. “Fizemos uma “vaquinha? e compramos a bicicleta de um cara. Não sabíamos que era furtada”, disse um dos adolescentes. Segundo a versão dos garotos, eles foram levados junto com a bicicleta, mas a vítima do furto não os reconheceu.
Surra
A partir daí, os suspeitos deveriam ser liberados, mas isso não ocorreu. “Os PMs arrepiaram”, contou o adolescente, explicando que ele e o amigo foram levados até um matagal onde ocorreu o espancamento. A marca da violência nos garotos ficou visível em várias partes do corpo, principalmente nas costas. Diante da situação, o fotografo João Noronha acionou a equipe de resgate social da Prefeitura Municipal. Em pouco tempo, uma viatura da entidade apareceu para dar atendimento aos jovens. Depois de uma rápida conversa, as vítimas foram levadas para a Fundação de Ação Social (FAS), situada na Conselheiro Laurindo. Os dois estavam relutantes em registrar o fato à autoridades porque, de acordo com os seus relatos, os PMs fizeram ameaças, caso o espancamento fosse divulgado. De acordo com os atendentes do resgate social, os garotos seriam ouvidos pela assistente da FAS e, posteriormente, seria dado início ao procedimento para averiguar a história do espancamento, inclusive, com o registro de queixa em delegacia. “Se foram realmente policiais há como identificá-los, pela região de trabalho e horário”, disse um dos atendentes, explicando à reportagem que as vítimas contarão com todo o apoio da entidade para a averiguação do fato.