O cerco parece estar se fechando cada vez mais contra os traficantes que agem no bairro Cajuru. Mais de meio quilo de pasta de crack, que seria comercializada na região, foi apreendida ontem por policiais militares do Regimento de Polícia Montada. A pasta de droga renderia cerca de 6 mil pedras de tamanhos pequenos e médios, comercializados a valores que variam de R$ 5 a R$ 10. A droga estava com um adolescente de 14 anos, que garante ter sido pago apenas para esconder o entorpecente.
A pasta foi apreendida quando a equipe do aspirante Guimarães, composta pelos soldados Cláudio, Silvestre e Rafael, patrulhavam as ruas do bairro. Atentos ao tráfico que impera na região, os policiais perceberam quando o adolescente, que conduzia a motocicleta placa ANA 6259, ficou nervoso ao avistar a viatura. O garoto foi perseguido e entrou na Rua José Fabiano Barcik, que é sem saída. Lá ele foi bordado, e a pasta de crack foi encontrada escondida embaixo da jaqueta dele, junto a sua barriga. Levado ao módulo da Polícia Militar, o garoto contou que tinha acabado de receber a droga de um indivíduo chamado Macarrão. "Ele me ligou e nós marcamos um encontro perto da BR 277. Fiquei com a droga e ele disse que ia me ligar de novo quando fosse buscá-la. Iria receber R$ 50 reais só para guardar o crack", disse o garoto, confessando que esta é a segunda vez que presta "favores" a "Macarrão".
O adolescente não soube dizer de onde vem a droga, e nem forneceu mais informações sobre o meliante que leva apelido de massa comestível. Ele contou apenas que o indivíduo estava em um Corsa preto quando eles se encontraram. "Minha mãe nem sabe que fui preso. Ela trabalha em um restaurante e meu pai é morto", disse ele chorando.
PM
Os policiais militares não acreditam na versão passada pelo adolescente. Segundo o aspirante Guimarães, "Macarrão" é um nome fictício, inventado pelo garoto. "Acreditamos que ele trabalhe para dois traficantes e receba para transportar a droga até os ?vapores?. Ele é escolhido porque é menor e os traficantes sabem que a lei os protege.
O garoto não quis contar o verdadeiro nome deles porque certamente os traficantes juraram matá-lo caso fizesse isso", disse Guimarães. Esta é a segunda grande apreensão de crack feita pela equipe do aspirante Guimarães este mês. No último dia 9 Julmair Ribeiro Tadin, 22 anos, foi preso na Vila Camargo com uma arma na mão. O criminoso foi visto entrando em sua casa, na Rua Cidade Antonina. Os policiais pediram reforço e quando entraram na residência encontraram 400 pedras de crack, prontas para a venda, e outras 10 maiores, que ainda seriam divididas, rendendo no mínimo outras 200. A droga estava escondida dentro do forno microondas. Na presença dos policiais, Julmair se rendeu e jogou uma das armas em cima da mesa.