Anderson Tozato |
O corpo de Mário José da Luz, de 57 anos, foi jogado numa vala pelo assassino. |
Cansado de ver a mãe sendo agredida pelo amásio, um adolescente de 16 anos matou o padrasto Mário José da Luz, 57, por volta de 18h da última sexta-feira, com golpes de uma arma branca. O crime aconteceu numa casa simples da região do Itambezinho, cerca de 40 quilômetros do centro de Campo Largo, e o corpo estava escondido numa vala, enrolado em dois cobertores, nos fundos da residência, às margens do Rio Açungui.
Na casa moravam o casal, três filhos menores de quatro anos e o adolescente, filho do primeiro casamento da mulher. Segundo os vizinhos, as brigas eram freqüentes e o adolescente, constantemente, tinha que intervir em defesa da mãe.
Na tarde de sexta-feira, o menor passou o dia trabalhando na região e Mário tinha ido pescar nas proximidades. ?Pelo que eu sei, eles se encontraram e chegaram juntos na casa. A mulher não estava, somente as crianças pequenas?, contou Miguel Jurassiki Cândido, vizinho da família.
As crianças presenciaram a morte do pai, que provavelmente aconteceu na sala da pequena casa. O chão estava molhado, mas mesmo assim, a polícia encontrou algumas manchas de sangue no chão e em peças de roupas penduradas num beliche.
Depois de cometer o crime, esconder o corpo na vala e limpar a casa, o adolescente foi até a residência de um vizinho e confessou o crime. ?No começo nem acreditei, o piá é amigo da gente, trabalhador. Ele estava com muita raiva para matar o homem desse jeito?, disse o vizinho. Segundo ele, o garoto fugiu, mas deve se apresentar à polícia na próxima semana.
Quando o superintendente Juscelino e o investigador Gogola chegaram ao local, foram recebidos pelas crianças que presenciaram a cena de morte e apontaram onde o corpo estava escondido. Para tirá-lo do buraco, foi necessário fazer uma corrente humana e, depois, três homens para levá-lo até a entrada da casa. ?Não conseguimos entender como um adolescente de 16 anos conseguiu matar, enrolar o corpo em dois cobertores e levá-lo até a vala sozinho. Vamos esperar o garoto se apresentar na delegacia para contar exatamente o que aconteceu?, disse o investigador. A arma do crime não foi localizada.