Quatro administradores da maior faculdade particular de Ponta Grossa, o Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage), foram presos ontem pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) de Curitiba, depois de dois meses de investigação. Eles são acusados de desviar pelo menos R$ 40 milhões de verbas da faculdade para compra de cabeças de gado, carros de luxo, viagens para o exterior e até criação de empresas.
A sócia administradora Júlia Streski, a diretora financeira Ivete Marcowicz, a contadora Zilmari Viechinieski e o consultor Jorge Karan foram trazidos à capital no final da tarde de ontem. Os quatro presos foram indiciados por formação de quadrilha, estelionato, falsidade documental e lavagem de dinheiro.
Prejuízo
Do montante, R$ 10 milhões vieram de um empréstimo feito com assinaturas falsificadas de outro sócio, em nome da faculdade. Segundo o delegado Cassiano Aufiero, titular do Cope, o prejuízo estimado pode ser muito maior. “Trouxemos grande quantidade de documentação, que pode apontar mais desvios”, conta o delegado.
Além deles, outras 22 pessoas já foram identificadas como colaboradores da quadrilha, porém a equipe de investigação ainda busca mais provas para solicitar a prisão deles.
Os advogados da comissão provisória que passou a gerir o Cescage ontem garantem que manterão as atividades da faculdade normalmente, sem prejuízo aos quase 3 mil alunos e 400 colaboradores. Eles já solicitaram o afastamento da sócia administradora e exclusão dela da sociedade.