Cinco testemunhas de acusação do caso Razera, intimadas para depor ontem no Fórum de Campo Largo, acabaram não sendo ouvidas por conta do não-comparecimento do policial civil, preso desde o dia 5 de setembro, sob acusação de executar grampos ilegais. O motivo da ausência de Razera seria um problema de saúde, segundo informações repassadas pela Promotoria de Investigações Criminais (PIC) do Ministério Público do Estado, que está à frente do caso. A pedido do advogado de Razera, Luiz Fernando Comegno, os depoimentos foram adiados para a próxima quarta-feira (29).
A Justiça deve ouvir sete testemunhas de acusação – duas delas ainda não foram intimadas. Uma das pessoas a serem ouvidas é um técnico em telefonia que promete esclarecer ao juiz como são feitas as interceptações. Ele teria acompanhado a PIC quando do cumprimento dos mandados de busca e apreensão. As outras seis, segundo a promotoria, são vítimas de grampos ilegais. Algumas delas conversaram com os jornalistas, ontem, no fórum, mas preferiram não se identificar. Elas revelaram, entretanto, que o motivo das interceptações seria de ordem pessoal ou passional.
Mais tarde, a superintendência da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), onde Razera está preso, informou que ele foi ouvido em audiência junto à Corregedoria da Polícia Civil no início da tarde de ontem e que, na seqüência, o policial reclamou de problemas relacionados aos rins.
Prazo
O advogado de defesa questionava o término do prazo para conclusão do processo determinado em lei – 81 dias, completados hoje. ?Como ainda nem começou a instrução, o juiz (Gaspar Luiz Mattos de Araújo, da Vara Criminal de Campo Largo) deve rever sua decisão e colocar não apenas meu cliente, mas todos os outros réus presos em liberdade?, afirmou Comegno, que mais uma vez entrará com pedido de revogação de prisão.
Para a promotoria, porém, a alegação é insuficiente para soltura. ?Em razão da complexidade do processo e da quantidade de réus (20), já há entendimento jurisprudencial firmado para que o prazo seja dilatado?, explicou o promotor João Milton Sales. A expectativa da PIC é que até o início do ano que vem o processo seja finalizado.