Pela terceira vez foi adiado o julgamento de José Luís Carneiro, acusado do assassinato do sem terra Sebastião da Maia, ocorrido em 2000, no município de Querência do Norte. Ontem pela manhã, horas antes do julgamento, um novo advogado se apresentou para cuidar do caso e pediu tempo para estudar o processo. A juíza da comarca de Loanda, Elisabeth Khater, marcou o próximo júri para 24 de outubro.
O primeiro julgamento havia sido marcado para 27 de outubro de 2005, mas o advogado que defenderia o réu desistiu 15 dias antes. No segundo júri, marcado para 10 de agosto de 2006, aconteceu a mesma coisa. O defensor nomeado desistiu do processo às vésperas do julgamento. Desde então, foram nomeados outros defensores, mas nenhum deles quis atuar no caso. Ontem, um advogado se apresentou, dizendo que faria a defesa, mas que precisava de tempo para se inteirar do processo. A juíza concedeu cerca de um mês de prazo.
Para garantir que o júri não seja adiado mais uma vez, a ONG Terra de Direitos, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) pediram que a juíza solicite à seção Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que designe um advogado para ficar de prontidão e seja o defensor caso o réu fique sem advogado mais uma vez. ?No dia do júri ele já deve estar preparado para participar do julgamento?, diz Gisele Cassano, assessora jurídica da ONG.
