O jogador do Clube Atlético Paranaense Alan Bahia, 24 anos, não compareceu à Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), onde prestaria depoimento na manhã de ontem. O volante seria interrogado sobre o acidente acontecido no último domingo, que causou a morte do também jogador de futebol Alex Miranda, 26, e deixou ferida Janaína Loyola Alves, 20. Em vez do atleta, quem se apresentou foi o advogado João Koerner, solicitando que, devido às condições de saúde de Alan Bahia, o depoimento fosse adiado para a próxima segunda-feira.
O pedido foi acatado pelo delegado do Dedetran, Armando Braga, em função de um atestado médico apresentado pelo advogado. ?De acordo com o laudo, Alan foi avaliado na tarde de quinta-feira e lhe foi recomendado que ficasse em repouso por três dias antes de retomar qualquer atividade?, explicou Braga.
Na segunda-feira, além do depoimento de Alan Bahia -marcado para as 16h – a terceira ocupante do veículo, Janaína, será ouvida a partir das 14h30, e poderá dizer se o motorista estava ou não embriagado. ?A moça é a testemunha-chave neste acidente. Só poderemos tirar conclusões após ela ser ouvida?, afirmou o delegado.
De acordo com Braga, o fato de haver diversas latinhas de cerveja no local do acidente não é suficiente para afirmar que o jogador estava alcoolizado. ?É inquestionável que as latas estavam no veículo e que foram retiradas do interior do carro. Porém, elas estavam fechadas. Até o momento, cinco testemunhas, entre elas dois socorristas, afirmaram que Alan Bahia não apresentava indícios de embriaguez?, ressaltou Braga. ?De concreto, sabemos que houve uma colisão em alta velocidade – caso contrário o poste não seria quebrado em três lugares – que causou a morte de uma pessoa e deixou duas feridas, entre elas o motorista?, completou o delegado.
Culposo ou doloso
Os depoimentos de Janaína e de outras testemunhas irão ajudar o delegado a decidir se o volante do Atlético será indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) ou doloso (com intenção). Braga explicou que se for comprovado que Alan Bahia não estava embriagado, mas que agiu com imprudência ou negligência, ele será enquadrado por homicídio culposo. Já no caso de ficar evidente que o jogador estava alcoolizado no momento do acidente, ele será indiciado por homicídio doloso, porque estaria ciente do risco de produzir uma morte.