A audiência ocorrida na tarde de ontem, na Justiça Federal, colocou frente a frente a cefetina Mirlei de Oliveira, 47 anos, e a ex-garota de programa Maria Luíza Carvalho, 24. A sessão aconteceu na 3.ª Vara Federal Criminal e foi presidida pelo juiz Nivaldo Brunoni. A acusação de tráfico internacional de mulheres foi que resultou na transferência do caso à Justiça Federal.
Chorando e com as mãos algemadas, Mirlei chegou escoltada por policiais militares. Pouco tempo depois foi a vez de Maria Luíza entrar, acompanhada de advogado. Ela fez uma oração antes de entrar na sala de audiências. Durante a sessão, que durou cerca de 1h30, a ex-garota de programa foi ouvida na presença de Mirlei, de seu advogado Geovani Marcos Negressoli, do defensor da cafetina, Elias Matar Assad, e dos promotores do Ministério Público Federal. O que ocorreu ontem foi a produção antecipada de provas, uma vez que a Justiça Federal teve que se adiantar em ouvir a ex-garota de programa pelo fato dela morar fora do País. Mirlei participou porque a presença da ré é exigência da Justiça. Segundo os advogados, a cafetina permaneceu em silêncio durante toda a sessão.
Segredo
O que ocorreu na audiência não foi revelado, uma vez que o caso passou a ser investigado em segredo de Justiça. De acordo com Assad, tanto os advogados quanto os promotores solicitaram o “segredo” para que a verdade dos fatos não seja comprometida. “Quando o juiz decretar quebra de sigilo o caso será exposto à população”, garantiu o advogado da cafetina.
Assad adiantou apenas que Mirlei poderá ser novamente interrogada pela Justiça Federal, caso o juiz acredite que o interrogatório tomado pela Justiça Estadual não seja suficiente. Maria Luíza, que escondeu sua permanência em Curitiba durante esta semana, garante que deverá ir embora para os Estados Unidos nos próximos dias. “Depois que fui ouvida pela promotoria estadual fui chamada para depor na Justiça Federal, porém tive que ficar em sigilo, como me foi ordenado. Agora sim, devo ir embora definitivamente”, finalizou a ex-garota de programa, que deixou a Justiça Federal em silêncio, mas com um evidente semblante de satisfação. Mirlei retornou à Penitenciária Feminina.
