Considerado um dos integrantes mais perigosos de uma quadrilha que executava principalmente mulheres, em Almirante Tamandaré, Ananias de Oliveira Camargo, 30 anos, senta no banco dos réus às 9h de quinta-feira, no Tribunal do Júri de Curitiba. Ele será julgado pelo assassinato do cabeleireiro Alceu Cruz, ocorrido em abril de 2002, no Jardim Gramado. O julgamento foi desaforado para Curitiba por existir a possibilidade de comoção social, já que, na época, a suposta quadrilha ganhou repercussão nacional e revoltou os moradores da cidade.

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O promotor Marcelo Balzer irá pedir a condenação de Ananias por homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Para isso, irá ouvir seis testemunhas. Ele também deverá relembrar outros casos, em que Ananias é apontado como autor. Entre eles, o da doméstica Suzana Moura Gazane, 22, na mesma época.

O advogado Adriano Sérgio Nunes Bretas irá pedir a absolvição de Ananias. A tese da defesa é negativa de autoria. ?De acordo com a denúncia, a vítima teria sido executada por delatar Ananias em outros crimes, seria uma espécie de queima de arquivo?, contou Adriano. O advogado alega que não existem provas de seu cliente é autor do homicídio e nenhuma testemunha que teria presenciado o assassinato.

Prisão

Ananias foi preso no dia 5 de julho de 2002, sob a acusação de integrar a quadrilha responsável por várias mortes na região de Almirante Tamandaré, entre elas 21 mulheres. Junto com ele, foram presos Adão Ribeiro, 21, e a mulher de Ananias na época, Eliane Dias de Oliveira, 25. Com a ajuda de Adão e da mulher, a polícia localizou a ossada da doméstica Suzana Moura Gazane, 22, que estava desaparecida desde o dia 20 de abril.

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