Foto: Arquivo

Rasera é acusado de arapongagem.

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Acusado de liderar um grupo que fazia interceptações telefônicas clandestinas em Curitiba, o policial civil Délcio Augusto Rasera vai continuar preso na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), na capital. A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, indeferiu o pedido de liminar em habeas corpus que buscava a revogação da prisão preventiva.

O policial estava há 25 anos na corporação e, segundo sua defesa, a prisão não preenche os requisitos estabelecidos pelo artigo 312 do Código de Processo Penal (CPP). O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), contudo, mantiveram a prisão decretada na primeira instância.

A Justiça entendeu que a manutenção da prisão serve para preservar a instrução criminal, diante ?da facilidade de destruição de provas e vestígios dos delitos supostamente cometidos?. A preservação das investigações é um dos requisitos da prisão preventiva (art. 312 do CPP).

Ao negar o pedido de liberdade para o policial, a ministra Ellen Gracie destacou que não poderia analisar o habeas, sob o risco de se configurar supressão de instância, uma vez que ?a matéria sequer foi conhecida (analisada) pelo STJ?. Dessa forma, fica mantida a prisão preventiva do policial civil, decretada pelo juiz criminal da Comarca de Campo Largo (PR).

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Rasera é, atualmente, um dos presos sem sentença com mais tempo de cadeia no Paraná. Hoje  se completam 311 dias que o policial, que era também assessor especial do governador Roberto Requião, está preso por meio de um mandado de prisão preventiva. Diversos pedidos de habeas corpus tentando a soltura de Rasera já foram colocados pela defesa do policial no Tribunal de Justiça do Estado (TJ), Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF). Dos que foram julgados até agora, todos foram negados por unanimidade em todas as instâncias.

A prisão de Rasera aconteceu em setembro do ano passado, ocasião em que a polícia prendeu outros sete suspeitos de integrarem uma quadrilha supostamente chefiada pelo policial. O grupo, segundo a Promotoria de Investigação Criminal (PIC) do Ministério Público do Estado (MPE), grampeava desde telefones de pessoas comuns até autoridades.

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