Acusada de participar do latrocínio (roubo com morte) do comerciante Paulo Jonck, 55 anos, na última segunda-feira, no Uberaba – repassando informações sobre o comerciante a dois marginais – Rosângela Aparecida da Silva, 43, foi ouvida, ontem, na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). Porém, seu depoimento, segundo o delegado Gil Tesseroli, foi completamente inconsistente, e pouco ajudou na identificação dos outros dois homens acusados de praticar o crime. ?Ela estava tão drogada que, na noite em que foi presa, precisamos dar-lhe banho e deixá-la dormir. No dia seguinte, sem o efeito das drogas, ela estava mais calma, porém continuou falando coisas sem sentido?, contou Tesseroli. ?Seu organismo, principalmente o cérebro, já deve estar comprometido pelas drogas. Estivemos na casa dos familiares, que já tentaram ajudá-la, mas desistiram e a abandonaram de vez?, completou.
A detida foi levada à carceragem do 9.º Distrito Policial (Santa Quitéria), por conta de um mandado de prisão, por furto. ?Se não fosse por esse mandado, não poderíamos mantê-la presa pelo latrocínio. Após o crime, uma testemunha contou que ela foi vista conversando com os atiradores próximo ao local do assassinato?, disse Tesseroli.
Testemunhas
A polícia busca, agora, ouvir outras testemunhas para prender os assassinos que, segundo informações, possuem em torno dos 25 anos de idade. Um deles é moreno, com cabelo pintado de vermelho. Na ocasião, trajava bermuda xadrez, camisa pólo azul e carregava um revólver calibre 38, arma que provavelmente matou Paulo. Sobre o outro assassino há poucos dados. Paulo Jonck foi baleado cerca de uma hora após abrir sua mercearia na Rua José Gomes de Mello.
Drogas podem ter causado confusão
A desorientação de Rosângela é característica de saturação da droga no corpo, que faz com que a pessoa se perca no tempo e espaço, de acordo com o psiquiatra e perito criminal Rui Sampaio, do Instituto de Criminalística.
O perito expõe que, de maneira geral, além dos danos físicos, as drogas trazem conseqüências psiquiátricas, fazendo com que o usuário delire e perca a noção das coisas ao seu redor.
Cada entorpecente, esclarece Sampaio, dependendo da quantidade e tempo de uso, traz conseqüências físicas e psíquicas. Muitos casos só são resolvidos com internamento.