Motoboy fura sinaleiro em Curitiba: imprudência. |
Dezenas de motoboys e motoqueiros fecharam a BR-476 no quilômetro 136, no bairro do Xaxim, na última quinta-feira. Eles protestaram contra a morte de Jair José de Oliveira, de 26 anos, que morreu ao se chocar contra um caminhão no dia anterior. O motorista do caminhão teve que ser retirado do local para não ser linchado.
Este foi apenas mais um dos freqüentes acidentes envolvendo motocicletas que acontecem diariamente na capital. De acordo com um levantamento realizado pelo Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), até abril deste ano já ocorreram 1.316 acidentes com motocicletas em Curitiba. No mesmo período do ano passado, foram 1.195. Por mês, os acidentes com motocicletas variam entre 200 e 300 ocorrências.
O número cresce proporcionalmente ao aumento dos motoboys em Curitiba. Segundo o sindicato da categoria, hoje trabalham na capital mais de 15 mil profissionais -70% deles registrados na entidade. Preocupado com o aumento dos acidentes, o BPTran já organiza ações para reduzir esses casos. De acordo com a tenente Michele Giovanela, o Setor de Atividades Educativas do Batalhão atua em escolas e ministra palestras em empresas sobre a importância da segurança no trânsito.
Um curso de aperfeiçoamento para os motoristas também será promovido em outubro pelo BPTran, dedicado principalmente aos motociclistas. “Esse trabalho já foi feito em outras oportunidades, mas a cada ano é intensificado, em virtude do crescimento da frota desses veículos na capital”, disse a tenente. “Antes de mais nada, é exigida segurança total para esses profissionais. Independente de prazo de entrega, é isso que tem que ser observado e acatado pelos motoqueiros”.
O presidente do sindicato, Tito Moris, informa que, comparado ao ano passado, o número de motoboys cresceu 10%. Ainda assim, 40 vagas para motoboys estão disponíveis no mercado em Curitiba, segundo o sindicato. “É um campo que vem se expandindo e deve obter um crescimento ainda maior. A tendência é que o número de motoboys dobre até o próximo ano”, calcula.
Direitos
Ele explicou que, quando um acidente com motoboy acontece, o Controle de Acidente do Trabalho (CAT) é emitido pela empresa responsável pelo trabalhador, o que garante os direitos trabalhistas dos motoqueiros. Além disso, Moris explicou que cursos de qualificação profissional e de fiscalização são realizados com os trabalhadores registrados junto ao sindicato. Um dos principais é a direção defensiva: “Estamos atentos à questão do trânsito e sabemos da importância da segurança, pois a motocicleta é o veículo de trabalho deles”, completou.