Acidente gera briga entre policiais civis e militares

Um acidente com danos materiais envolvendo uma viatura da Delegacia Antitóxicos, ocorrido em Santa Felicidade no início da noite de sexta-feira, quase deflagrou uma guerra entre policiais civis e militares do Batalhão de Trânsito (BPTran). Houve troca de insultos, ameaças e um cabo da PM teria sacado a arma e apontado para o peito da delegada Rosalice Benetti, adjunta da Antitóxicos. Desarmado, ele foi jogado no chão e permaneceu imobilizado até a chegada de seus superiores. Dois inquéritos policiais – um da Polícia Civil e outro da Militar – foram instaurados para apuração dos fatos. A delegada também está processando o cabo por tentativa de homicídio.

A confusão toda teve início por volta das 18h30, quando um Gol, locado pelo governo do Estado e à disposição da Delegacia Antitóxicos, dirigido pelo investigador Juscelino, bateu em uma Belina Del Rey, na rotatória existente na Via Vêneto, em Santa Felicidade. O motorista da Belina recebeu ferimentos leves e chegou a ser socorrido pelo Siate. Ao mesmo tempo foi acionado o Batalhão de Trânsito para o atendimento de praxe.

Desentendimento

Dizem alguns policiais civis que o BPTran só chegou ao local três horas depois, em uma viatura com o cabo Renato e um soldado. Depois das apurações necessárias, o cabo teria tentado recolher a viatura da Polícia Civil ao pátio do Detran, porque estava rodando com uma placa “fria”. O investigador tentou mostrar ao PM que isso é normal e legal, já que o próprio Detran fornece uma placa “especial” para carros oficiais descaracterizados.

Com o desentendimento, o PM teria até amassado os documentos do investigador, rasgando sua habilitação. Como os ânimos estavam esquentando, a delegada foi chamada para tentar contornar a situação.

Ao chegar, Rosalice se identificou e teria sido desacatada pelo cabo, que sacou a arma e a ameaçou, puxando-a pelo pescoço em sua direção. Os policiais civis que ali estavam reagiram e o desarmaram, imobilizando-o no chão. Em seguida – como normalmente acontece quando há confusão envolvendo policiais – surgiram várias viaturas, congestionando o local, segundo testemunhas. A situação só teve fim quatro horas depois de iniciada, com as viaturas liberadas e a arma do cabo apreendida e encaminhada ao Departamento da Polícia Civil, anexada ao inquérito instaurado.

Versões

A delegada Rosalice se recusou ontem a falar sobre o assunto, dizendo que tomará suas providências no âmbito legal e não alimentará nenhuma discussão.

Já o capitão Paulo Camargo, do BPTran, afirmou que para toda ocorrência há sempre mais de uma versão e que tudo será apurado no inquérito. Segundo ele, o cabo teria sido mal-interpretado pelo investigador, o que motivou o atrito. De acordo com o oficial, o BPTran não iria recolher a viatura civil e o cabo também não sacou a arma contra a delegada. Renato afirmou aos superiores que foi desarmado pelos investigadores e agredido em plena rua. Ele chegou a se submeter a exame de lesões corporais no Instituto Médico Legal para comprovar as agressões supostamente sofridas.

Tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil trataram a situação como uma “ocorrência isolada”, sem qualquer ligação com a insatisfação gerada pelo governo estadual ao anunciar uma recomposição salarial para policiais civis e não proporcionar nenhum aumento para policiais militares.

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