Ligeirinho desgovernado matou duas pessoas e deixou 32 feridas, por volta das 11h30 de ontem, na Praça Tiradentes, centro. O veículo subiu na calçada e invadiu a loja Pernambucanas.
Segundo informações do tenente-coronel Leomir Mattos de Souza, comandante do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), Edison Pereira da Silva, 55, morreu no local. O pedestre Carlos Alberto Fernandes Brantez, 63, morreu no helicóptero a caminho do hospital.
A polícia acredita que o motorista do ligeirinho, linha Colombo-CIC, tenha sofrido mal-súbito logo após deixar a estação-tubo da praça. É possível também que tenha havido uma falha mecânica.
Segundo tenente Souza, o motorista do ônibus perdeu o controle da direção do veículo placa AMH-6632 da empresa Redentor, logo após deixar a estação-tubo Praça Tiradentes.
Velocidade
O funcionário de uma banca da praça contou que o condutor estava a mais de 60 quilômetros por hora, quando fez a curva em frente à Catedral. Desgovernado, ele atingiu um táxi que estava parado no ponto ao lado da banca, avançou o sinal e bateu num Peugeot 207, que rodou e parou em cima da calçada embaixo do ponto de ônibus.
Jaconias Paiva da Silva, 24, que é consultor de uma marca de eletrônicos e estava no segundo piso da loja, viu quando o ligeirinho atropelou Edison Pereira da Silva, que atravessava a rua.
O pé dele foi decepado e caiu dentro da loja, que foi invadida pela frente do ônibus. “Eu vi o senhor sendo jogado para dentro da loja. Ele teve o pé cortado fora e estava com a cabeça sangrando. O ligeirinho também pegou uma mulher em cheio”, relatou Silva.
Ambulâncias do Siate, Samu e de empresas particulares auxiliaram no socorro às vítimas. Os três feridos graves foram encaminhados ao hospital Angelina Caron em helicópteros da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Militar (PM).
Trânsito
Ruas no entorno da Praça Tirantes foram bloqueadas por equipes da Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran) deixando o trânsito complicado no local. Por volta de 12h, o tráfego estava fechado na esquina das avenidas Marechal Floriano Peixoto com a Marechal Deodoro e a Cândido Lopes, da Cruz Machado com a Muricy, e na Rua do Rosário com a Travessa Nestor de Castro.
Correria atrás do balcão
Maioria dos feridos não é grave. |
O ônibus derrubou um balcão para venda de telefones celulares. Testemunhas contam que quando viram o ônibus em alta velocidade em direção à loja, funcionários e pedestres correram desesperadamente para se salvar. “Todo mundo começou a correr. A gente ainda tentou salvar uns celulares”, relatou Jaconias.
Logo, centenas de pessoas se aglomeraram para ver o acidente. Algumas estavam aliviadas, como um passageiro que havia saltado na estacão-tubo instantes antes e do taxista que, por muito pouco, não foi atropelado.
“Estava prestes a descer do carro, quando olhei no retrovisor e vi que o ônibus descia acelerado”, contou Aparecido Lírio da Cruz, 56. O ligeirinho bateu na traseira do táxi e arrancou o retrovisor.
Quatro hospitais receberam as vítimas. |
Motorista em observação
As vítimas foram encaminhadas para quatro hospitais da região de Curitiba. O Hospital Cajuru foi o que atendeu o maior número de pessoas. Segundo a assessoria de imprensa, 14 feridos foram encaminhados para lá.
Maria Inês Marcondes, 42, teve que passar por cirurgia ortopédica e passa bem. O motorista do ônibus, José Aparecido Alvez, 49, também foi para o Hospital Cajuru. Ele estava em observação e consciente, mas com ferimentos.
Alta
O Hospital Evangélico recebeu oito pessoas. Cinco receberam alta na tarde de ontem e outras três, que sofreram traumas leves, permaneciam em observação. O Hospital do Trabalhador recebeu sete pessoas, nenhuma em estado grave.
Por fim, o Hospital Angelina Caron recebeu duas pessoas em estado grave e o corpo de Carlos Alberto. Outras duas passageiras, Claudete da Silveira, 30, e Marilene dos Santos, 28, passaram por exames e não corriam risco de morrer.