Além de matar dois rapazes,
André feriu outro.

Horas depois de participar da execução de dois rapazes e ferir outro a tiros, no Boqueirão, André Luís Vicente Pinto, 29 anos, foi preso no Barigüi II, Cidade Industrial, após troca de tiros com policiais militares. No confronto, André foi baleado na perna e encaminhado ao 11.º Distrito Policial (CIC), sendo autuado em flagrante por tentativa de homicídio. Dinomar Micaldi, 23 anos, que estava junto com André, também foi autuado pelo mesmo crime. Ao ser interrogado, André não fez comentários sobre o duplo crime do Boqueirão. Com ele foi apreendido um revólver calibre 38.

Assassinatos

Às 20h de sexta-feira, o carregador da Ceasa Emerson Correia Filho, 20 anos, e seu colega Valdir Augusto Martins, da mesma idade, foram assassinados, na Rua Pastor Antônio Polito, Boqueirão. Emerson foi atingido por um disparo nas costas e outro na mão esquerda. Valdir levou quatro balaços. Três deles acertaram o peito e outro o ombro. Robson Pereira foi ferido com um tiro na boca e conduzido ao Hospital Cajuru.

Policiais da Delegacia de Homicídios estiveram no local e após várias investigações identificaram André e um rapaz conhecido pelo apelido de “Paulista” como sendo os autores da fuzilaria. “André já foi identificado no sábado como sendo um dos autores e reconhecido por testemunhas”, ressaltou o delegado Agenor Salgado, titular da DH.

Ele disse que quando André foi capturado, a Polícia Militar e agentes do 11.º Distrito não tinham conhecimento de que ele era um dos autores do duplo homicídio do Boqueirão. “PMs estavam fazendo patrulhamento de rotina. e quando viram o André e o Dinomar, resolveram fazer a abordagem. Acreditando que a PM sabia de sua participação no duplo assassinato ele atirou contra os policiais, que revidaram e acertaram sua perna”, disse Salgado. O delegado informou que irá remeter para exame ao Instituto de Criminalística. “Ele já confessou que o revólver foi usado no crime. Só precisamos comprovar”, disse o policial. Salgado ressaltou que as investigações continuam no sentido de identificar e prender “Paulista”. Quanto a Dinomar, o delegado salientou que ele foi inocentado por André e não foi reconhecido pelas testemunhas do duplo homicídio. “Ele se encontrou com o André após os assassinatos”.

Versão

André contou que as vítimas o apanharam no Uberaba e estavam com um Astra furtado, conduzido por Robson. De lá foram para o Boqueirão. “Não entendi nada. De repente eles começaram a discutir por causa de um desacerto de drogas. Todos eram viciados e comercializavam drogas”, contou. Ele disse que Robson parou o carro na Rua Pastor Antônio Polito e desceram. “Começou o tiroteio e nem vi direito o que aconteceu. Procurei não chegar muito perto. O revólver eu peguei da mão de um deles, que estava morto ou ferido no chão”, disse André. “Mas eu não estava na bronca”, garantiu.

A versão apresentada por André não condiz com a dos moradores, que presenciaram o crime. As testemunhas informaram que os atiradores eram dois homens, que mostravam revólveres para quem tivesse coragem de olhar o que acontecia. Os assassinos chegaram a ir até o Astra para recarregar as armas.

Quanto à troca de tiros com a PM, André argumentou que não houve. “Eles dispararam contra a minha perna porque corri. Nem sei porque sai correndo. Estou falando a verdade”, acrescentou o rapaz. (VB)

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