O cadáver do jovem foi localizado às 11h de ontem pelo gari João Pedro dos Santos, 41 anos, que usou o esqueleto do prédio como abrigo, da chuva que tomou conta da cidade. O corpo estava rente a um vão na parte de dentro da estrutura e apresentava fraturas em ambas as pernas e no braço direito, além de escoriações nas costas – lesões que não deixaram dúvida quanto a uma queda de considerável altura. Ao lado, apareciam a pasta escolar com cadernos e apostilas, os óculos quebrados e uma carteirinha que o identificava como aluno da 1.” Série C do Colégio Estadual Prieto Martinez, localizado na Rua Nilo Peçanha, Bom Retiro. Nos bolsos da calça, havia três reais.
Hipóteses
A perita Gisele Floriani, do Instituto de Criminalística, estimou que a morte ocorreu antes da meia-noite de quinta para sexta-feira. O fato que intrigou o investigador Délcio Razera, da Delegacia de Homicídios, foi a ausência do par de sapatos do rapaz – deixando a suspeita de um assalto seguido de assassinato. A hipótese de que alguém tenha furtado os tênis ou sapatos após a morte também foi considerada. “Vamos descobrir o horário de aula dele. A primeira suposição é que tenha se perdido na escuridão e caído”, imagina o policial, que teve a difícil incumbência de comunicar a morte ao pai do jovem, através do número de telefone anotado num dos cadernos de João. A possibilidade de suicídio ou assassinato se reduz pelo fato de o estudante ter sido encontrado muito perto do vão pelo qual despencou – se saltasse ou fosse arremessado cairia a uma certa distância.
O prédio do Fórum é freqüentemente visitado por estudantes – tanto que um sargento da PM expulsou vários deles da estrutura às 15h de quinta-feira.
A Delegacia de Homicídios vai interrogar parentes do rapaz em busca de dados que esclareçam a morte.