Julgado ontem por homicídio qualificado, Marlon José Colaço saiu do Tribunal do Júri sem algemas nos braços. Ele foi absolvido e pôde abraçar a esposa, o filho pequeno e outros parentes que assistiam emocionados ao julgamento. Marlon havia matado, em agosto de 2001, um antigo desafeto. O corpo de jurados acolheu a tese de legítima defesa e o réu, que estava preso desde a época do crime, pôde ser libertado, pois não respondia a outros inquéritos.
Na noite de 26 de agosto de 2001, Marlon matou a tiros Rafael Barbosa. A vítima estava na Rua Luiz Leopoldo Landal, Vila Formosa, Novo Mundo, de motocicleta, com a namorada. Foi atingido pelos disparos ao descer da moto.
O advogado de defesa de Marlon, Peter Amaro de Souza, mostrou que o rapaz vinha sendo ameaçado por Rafael há mais de um ano. Em janeiro de 2000, Rafael tentou matar Marlon atirando contra o carro dele.
Conselhos
Depois de ler a sentença, o juiz Rogério Etzel conversou com Marlon. “Espero que você dê valor à sua liberdade e paute a sua vida, de agora em diante, de forma a não fazer mal às pessoas. Você conheceu os dois lados, a liberdade e a prisão. Ficou todo esse tempo afastado de sua família, de seu filho pequeno. Não ande armado, pois estou convicto de que violência gera violência. Se você não tivesse uma arma naquela noite, talvez nada disso tivesse acontecido”, aconselhou o juiz.
Rogério Etzel também parabenizou a atuação do advogado de defesa e da promotora Lúcia Inês Giacomitti Andrich, que fez ontem sua primeira atuação no Tribunal do Júri. Lúcia Inês foi designada para o cargo há duas semanas, substituindo o promotor Cássio Roberto Chastalo.