Gilberto Ribeiro, 36 anos, morreu durante abordagem policial realizada no final da noite de sexta-feira, no município de Cerro Azul, região metropolitana de Curitiba. Segundo informações da delegacia local, ele teria sido vítima de um disparo acidental.
Ferido, foi encaminhado à Casa de Saúde Enio Costa, e morreu horas depois. O autor do tiro, de acordo com a irmã da vítima, foi o delegado do município, Germino Marques Bonfim Filho. A delegacia, no entanto, não confirmou a informação.
A abordagem fazia parte de uma operação conjunta das polícias Civil e Militar, programada para levar mais segurança a uma festa que acontecia em Cerro Azul. Gilberto estava caminhando quando um policial (supostamente o delegado) se aproximou para revistá-lo.
As informações da delegacia são de que o homem teria reagido e encostou no policial, que estava com o dedo no gatilho. A arma disparou e o tiro acertou Gilberto. Ainda de acordo com a polícia, a vítima contava com passagens pela delegacia local e respondia por homicídio e tentativa de homicídio.
Família
A família de Gilberto afirma que o disparo não foi acidental. Segundo a irmã dele, Sirlene Cavalheiro, 34, Gilberto foi assassinado pelo delegado Germino Marques Bonfim Filho.
“Meu irmão estava bêbado, catando latinhas. O delegado se aproximou e ele ergueu a blusa para mostrar que tinha só um estilingue na cintura. O delegado achou que ele tinha uma arma e atirou. Meu irmão morreu por nada”, disse Sirlene, durante o velório do corpo do irmão, realizado em um casebre em Almirante Tamandaré.
A reportagem do Paraná-Online tentou contato com o delegado Germínio durante todo o dia de ontem, mas ele não respondeu. A única pessoa que estava na delegacia, além dos presos, era o carcereiro Willian, que disse ser funcionário contratado pela prefeitura local. “Só estou na delegacia. Não sei de nada. O delegado só virá na segunda-feira”, frisou Willian.
A Polícia Militar, por sua vez, não se manifestou sobre o caso, mas informou que tinha uma “nota oficial” pronta para ser divulgada, caso alguém afirmasse que o tiro havia sido disparado por um PM.
O teor da nota é desconhecido. Já a Secretaria de Segurança Pública, através da assessoria de imprensa, disse que o delegado de Rio Branco do Sul foi designado em caráter especial para presidir o inquérito que apontará o responsável pelo tiro.
Marcelo Vellinho, Patricia Cavallari e Valéria Bie