Um policial morto, adolescentes roubados e uma garota de 12 anos estuprada. Por estes crimes, Albino Sauner, 57 anos, foi julgado e condenado a 35 anos de reclusão em regime fechado. A sentença foi proferida pelo juiz Fernando Ferreira de Moraes, na noite de terça-feira. Sauner agiu criminosamente em parceria com o próprio filho e matou o policial militar Vagner Alves Sampaio, que tentou prendê-lo.
A história da violência começa no final da tarde de 9 de abril de 2000. Duas amigas, de 12 e 13 anos, estavam com os namorados no Umbará. Albino e o filho, Clodoaldo, então com 23 anos, se aproximaram do grupo. Armados, renderam os adolescentes e os levaram para um matagal próximo da Estrada do Ganchinho.
Violência
Depois de roubar dez reais das vítimas, amarraram e tiraram a roupa da garota mais nova – tudo mediante ameaças com as armas. Enquanto Clodoaldo praticava todo tipo de violência sexual com a menina de 12 anos, Albino se masturbava, excitado com a cena.
Uma testemunha tinha visto os bandidos entrando no mato com os jovens e chamou a polícia. Ao chegar, os soldados da Polícia Militar Wagner, 33 anos, e Vergines, imediatamente deram voz de prisão, mas pai e filho tentaram fugir. Clodoaldo correu e foi pego por Vergines. Na fuga, deixou o revólver cair.
Já o soldado Vágner, ao tentar imobilizar Albino, levou dois tiros na cabeça. O policial não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo depois de passar três dias na UTI do Hospital do Trabalhador. Albino, por sua vez, ainda roubou a arma de Vagner e conseguiu fugir. Teve a prisão preventiva decretada e foi detido três dias depois.
Assaltantes
Ao ser preso em flagrante no 13.º DP (Tatuquara), Clodoaldo negou a violência sexual e disse que eles estavam “apenas” assaltando os adolescentes. A polícia levantou a ficha de Albino, vulgo “Velho”, e constatou que ele respondia por homicídio cometido em 1993, na Vila Pompéia. Na delegacia, Clodoaldo disse também que vinha praticando assaltos com Albino nos últimos meses.
Vagner, o soldado assassinado, tinha recebido uma condecoração poucos meses antes de morrer. Ele recebeu a “Medalha de Sangue” porque tinha sido ferido no cumprimento do dever.
Outro homicida vai a júri
Senta hoje no banco dos réus do Tribunal do Júri, Fabiano de Souza Cirino, 22 anos. Ele responde pelo homicídio de um adolescente de apenas 16 anos. Fabiano agiu em parceria com Hudson Pereira, 19 anos, ex-soldado do Exército, mentor do crime. Hudson foi julgado sexta-feira passada e condenado a 12 anos de reclusão pela morte de Cristian André da Silva Ferreira.
O rapaz foi assassinado em 5 de agosto do ano passado, na frente da namorada, no Cajuru. Hudson fez com que Fabiano atirasse em Cristian. Ao ser preso, no mesmo dia do crime, o próprio Fabiano contou como aconteceu o assassinato e o motivo. Assumiu a autoria do disparo que matou o adolescente e contou que Hudson “dava em cima” da namorada da vítima.
Cristian morreu porque tinha ciúme da namorada, Elizângela, e por isso teria se desentendido com Hudson. No dia do crime, um domingo, Hudson comprou a arma na Vila Trindade pela manhã. À tarde, convidou o amigo Fabiano para “dar um susto” no desafeto. O então soldado dirigia uma Mobilete e Fabiano ia na garupa. Ao avistarem Cristian, com Elizângela e uma amiga, na Rua Carlos Alfredo de Moraes, Vila Oficinas, Hudson tocou a moto para perto do grupo. Cristian correu, mas Fabiano atirou e atingiu o rapaz nas costas. Ele morreu duas horas depois, ainda sendo atendido pelo Siate. (BM)