A Guarda Municipal de Curitiba está preparando filhotes de rottweiler para o efetivo do Grupo de Operações com Cães (GOC) da Guarda Municipal em substituição à aposentadoria de Tyson. Exímio farejador de entorpecentes, o labrador cede espaço para Zulu e Valentina, filhotes com apenas 45 dias, que já demandam atenção dos treinadores. O GOC de Curitiba conta hoje com 11 cães adestrados das raças rottweiler, pastor alemão, labrador e pastor belga-malinois.
Numa corporação de segurança, o cão ajuda no patrulhamento. Os animais que estão na ativa têm a responsabilidade de cumprir as tarefas e obedecer aos comandos em qualquer situação de tumulto ou tensão. Eles são adestrados e treinados para diferentes funções; desde a patrulha de prevenção – farejando drogas, armas e munições -, até a imobilização do suspeito para que seja revistado, ataque ao criminoso ou auxílio num momento de dispersão de multidão.
O supervisor da Guarda Municipal Antonio Carlos Flausino faz treinamentos, adestramento e manejo de cães há mais de 15 anos. Ele explica que o treinamento dos animais do GOC é para intervenção tática em diversos locais e situações. “Ao fazer abordagens ou averiguações em ocorrências, o policial usa o cão como fator de intimidação dos suspeitos para a segurança própria e de terceiros”, explica. Quando a instituição aposenta um cão policial, ele pode ser adotado por guardas do GOC, com a prioridade para o seu treinador. “Depois de anos convivendo com os guardas, o cachorro passa a ser membro da nossa família”.
De acordo com Flausino, os animais trabalham até completarem 8 anos de corporação ou até que não tenham mais interesse pelas brincadeiras. “Com o tempo, ele já não se interessa tanto por brincar como antes e isso compromete o trabalho dele, até porque é a essência do estímulo para cumprir os comandos”, diz o treinador.
Os cães da GM passam por três fases: os recrutas e estagiários em início de treinamento; na ativa, como integrantes da corporação, e os aposentados. O GOC trabalha com cães em diversas situações, em apoio às atividades do Grupo de Operações Especiais da GM, polícias Militar, Civil e Federal, em operações realizadas em parques, festas, shows, praças, nos transportes coletivos e estações-tubo, jogos de futebol, auxiliando em revistas e na detecção de entorpecentes.
Treinamento
Foto: Luciana Cruz/GM |
O filhote começa a ser treinado desde os primeiros meses. Durante as brincadeiras, o treinador já pode perceber o comportamento do cão e determinar seu potencial na função. A comunicação entre o guarda e o animal é o que garante o estreitamento dos laços e a confiança mútua. A repetição das ordens e palavras curtas de comando são essenciais para que o animal assimile e memorize. Cada ordem cumprida é recompensada com brinquedo preferido, como as bolinhas de tênis. A obediência é o primeiro estágio.
O treinamento acontece de diversas formas, mas sempre como uma brincadeira. Eles são ensinados a não tocar nos objetos farejados, porque podem conter explosivos. Raças de médio e grande porte, resistentes e sociáveis, são ideais para a carreira na polícia. Os labradores são mais requisitados para farejar drogas em aeroportos ou até locais abertos. As raças que são mais comuns na polícia são os pastores alemães e belgas, rottweileres e labradores. Rottweilers são os preferidos para ações com multidão ou rebeliões.
Flausino ressalta que os cães, diferentemente do que algumas p,essoas pensam, não são viciados nas drogas que buscam, e sim treinados a partir de brincadeiras. Eles são estimulados para a atividade a partir do que recebem depois da missão cumprida. “Desde muito pequenos, ensinamos aos filhotes que as brincadeiras são recompensa por achar aqueles objetos escondidos (munições, armas ou drogas). Eles nos indicam onde está a droga sem que o suspeito perceba”.
O guarda municipal Douglas Santos de Lima, que treina os cachorros com Flausino, explica que o treino segue o método de ordem cumprida e recompensa dada. “O material é escondido e assim que o animal o encontra, a partir do cheiro da maconha ou substâncias sintéticas, ele ganha a recompensa”.
Para os treinadores, o cão de patrulhamento deve ser obediente e sociável. Taz, de dez meses, tem despertado a atenção dos guardas no GOC. Da raça pastor-belga-malinois; uma das mais eficientes nos grupos operações com cães policiais, ele é capaz de incorporar as funções de ataque, de farejador de munições, armas e drogas, além de ser competente na busca de pessoas.
Foto: Luciana Cruz/GM |
Reforma no Canil
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O Canil está recebendo reformas e em breve, vai acolher o efetivo de cães, com os novos recrutas, num espaço para treinamento, com 11 baias, espaço para banho e tosa e área administrativa.
A Guarda Municipal realiza o trabalho com cães desde 2008 em programas de prevenção e informação, como o Cão Amigo, que usa os cachorros para aproximação com as crianças de uma forma recreativa e lúdica para abordagens de questões relacionadas às drogas.
Em 2014, um decreto instituiu oficialmente o Canil da Guarda Municipal de Curitiba. Desde então, tem sido possível fortalecer as ações educativas, preventivas e também de combate ao uso e tráfico de drogas. O vereador Cristiano Santos, autor da Lei que decretou a criação do Canil da Guarda Municipal, doou à corporação a cadela Hannah, da raça labrador de cor chocolate.