A coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, que assume também a coordenação da Pastoral da Pessoa Idosa, a ser criada oficialmente amanhã, disse que procurará o governo federal para pedir ajuda financeira. “É um benefício enorme para as pessoas idosas e uma poupança enorme para o governo”, argumentou.
O Ministério da Saúde é um dos principais financiadores da Pastoral da Criança, que já atende cerca de 34 mil idosos em todo o País, visitados mensalmente. Agora, o trabalho será desvinculado, com a ampliação da equipe de agentes voluntários – há cerca de 5 mil nessa atividade.
As orientações aos idosos são sobre direitos garantidos pelo estatuto, a convivência na sociedade e na família e a prevenção de doenças e de acidentes. “Isso evita gastos em hospitais e com possíveis seqüelas”, disse Zilda Arns. “Os governos, em todos os níveis, deviam entender isso.”
Zilda Arns também espera auxílio da iniciativa privada, sobretudo na confecção de materiais educativos.
Fome
Como em relação às crianças, a coordenadora da pastoral também se preocupa com a questão da fome entre idosos. E repete críticas que vem fazendo há algum tempo, sobretudo em razão de não haver uma abrangência nacional nas ações governamentais. “Tem muitos pobres não incluídos”, criticou.
Por isso, cobra um controle social mais efetivo na identificação dos pobres e na fiscalização do emprego dos recursos públicos. Segundo ela, a Pastoral da Criança está analisando possíveis acordos com o Ministério do Desenvolvimento Social para atuar como fiscalizadora.
A coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa prevê que poderá dobrar o número de pessoas atendidas em um ano. “Quando a gente trabalha com uma necessidade sentida o sucesso é de 70%”, disse. “Por isso aposto no sucesso, visto que o atendimento aos idosos é uma necessidade sentida.”
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o Brasil teria 16 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Segundo o geriatra integrado à Pastoral da Criança há 10 anos, João Batista Lima Filho, não é possível saber, no entanto, quantos estariam na faixa de até dois salários mínimos, público preferencial da nova pastoral.