A cabeçada terminou em pizza para o agressor, e quem acabou pagando o pato foi o agredido: Zinedine Zidane, que encerrou a carreira após a final da Copa do Mundo, foi punido com três jogos de suspensão, enquanto o zagueiro italiano Marco Materazzi que levou uma cabeçada do camisa 10 da França durante a vitória da Itália, no dia 9 de julho, em Berlim, levou uma punição de dois jogos

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A medida foi anunciada hoje pela Fifa, horas depois de ouvir Zidane depor no processo que investigava a agressão do francês – que corria o risco de ter cassada a Bola de Ouro como melhor jogador da Copa do Mundo. Ele falou por cerca de uma hora e meia na sede da entidade, em Zurique, aonde chegou acompanhado do presidente da Federação Francesa de Futebol, Jean-Pierre Escalettes, e não falou com a imprensa

Zidane só vai sentir um pequeno peso no bolso: foi multado em 4.840 euros (7.500 francos suíços, a unidade-padrão da Fifa, pouco mais de R$ 13 mil), o que não é nada para quem teve uma renda estimada de 6,4 milhões de euros (R$ 17,6 milhões) só de salários no Real Madrid – sem contar ganhos com os 19 patrocinadores pessoais que tem. Materazzi teve uma multa menor, na mesma proporção: 3.250 euros, ou 5.000 francos suíços (cerca de R$ 9 mil)

A Fifa concluiu que não houve insultos racistas, depois de ouvir os jogadores – Zidane hoje e Materazzi na sexta-feira passada. Estava prevista uma acareação, que foi desmarcada. Zidane explicou em entrevista que Materazzi tinha xingado sua mãe e sua irmã, mas não divulgou o que ele disse. Já o zagueiro italiano reconheceu ofensas "que são comuns nos estádios", mas negou insultos contra a mãe do jogador, que estava hospitalidade no dia da decisão. Os dois contam que a discussão começou num agarrão do italiano, depois do qual Zidane lhe teria oferecido sua camisa – segundo Materazzi, de forma "arrogante"

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O italiano, no entanto, só foi incluído na investigação depois que Zidane protestou, em entrevista a emissoras de TV francesas, que os provocadores também deveriam ser punidos, porque "sem a provocação não haveria a reação". A medida deve irritar dirigentes italianos, que alegam ser impossível coibir tudo o que se fala dentro de campo