Zé Roberto credita boa fase a Vanderlei Luxemburgo

Gol de Zé Roberto ou gol de Pelé? O camisa 10 do Santos ouviu a pergunta óbvia várias vezes após a vitória do Santos por 3 a 0 sobre o Gimnasia y Esgrima, da Argentina, ontem, na Vila Belmiro. Recusou a comparação, mas concorda que foi um dos gols mais bonitos de sua carreira, e credita a boa fase que está vivendo ao técnico santista, Vanderlei Luxemburgo.

"Ele me falou que eu ia atuar com liberdade, livre, solto no ataque, e eu perguntei quem eu ia ter que marcar. Ele virou para mim e respondeu: ‘Meu filho, você não vai marcar ninguém; o adversário é que vai ter que marcar você’. Fiquei surpreso, já que jamais tinha jogado nessa função", disse o jogador, ao explicar a liberdade que tem em campo.

Um dos poucos "sobreviventes" do fiasco da seleção brasileira na Copa do Mundo, atuando mais preso, como segundo volante, Zé Roberto confessa que não esperava mais ter a chance de atuar como armador. "Na maior parte da minha carreira atuei mais atrás e quando era escalado mais na frente, ficava só na esquerda, dando assistências", disse. "Agradeço ao Vanderlei por ter me dado essa nova função, que deu certo e torço para que continue assim.

Sobre o gol, ele contou que recebeu um passe de Cléber Santana e depois de se livrar do zagueiro, percebeu que já estava dentro da área. "Quando o goleiro saiu, eu tinha duas possibilidades: chutar rasteiro na diagonal ou tentar encobri-lo. Optei por jogar a bola por cima dele e deu certo. Fiquei um pouco surpreso porque não tinha ângulo e mesmo assim a bola entrou direto no canto", disse Zé Roberto, que depois ainda abriu mão de cobrar um pênalti, perdido por Rodrigo Tabata. "O Tabata pegou a bola, disse que eu já tinha feito um bonito gol e pediu para bater. Não vi problema nenhum.

Aos 32 anos e com duas Copas do Mundo no currículo, Zé Roberto diz que ainda pensa em seleção brasileira. "Jogo em alto nível e quem está nesse estágio sempre quer jogar na seleção. A convocação é conseqüência de um bom trabalho", disse, para depois explicar que entende a filosofia de Dunga. "Como a seleção perdeu a Copa, é normal que haja uma renovação. Os jogadores que estiveram na Copa e estão sendo chamados por Dunga têm idade para o próximo Mundial. Para mim fica difícil porque até lá estarei com 36 anos e não sei se conseguirei ter uma boa performance física. Para disputar uma Copa, o jogador tem que no auge de sua forma", defende.

Sem planos

Com contrato até o fim de junho, Zé Roberto diz que é cedo para pensar em estender sua permanência no Santos. Hoje, a prioridade é dar seqüência na boa fase da equipe no Paulistão e na Libertadores. "No meio do ano passado, quando encerrei o meu ciclo de oito anos na Alemanha, me apresentei à seleção, fiquei voltado apenas para a Copa e o meu trabalho foi bem feito, tanto que houve o reconhecimento. Portanto, vou deixar para pensar nesse assunto só depois do Paulista e da Libertadores.

Ele acha, inclusive, que ainda é cedo para pensar em títulos, embora reconheça que o Santos chega com boas chances. "Temos muito a crescer ainda, mas já atingimos um ponto em que as coisas estão dando certo. O time está se superando em campo, tem o reconhecimento da torcida e até mesmo da imprensa. O Santos é forte candidato ao título paulista e também tem condições para chegar à decisão da Libertadores", disse, sem falsa modéstia.

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